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terça-feira, 9 de julho de 2013

ABELHAS-SEM-FERRÃO TÊM DEFESAS CONTRA INVASORES.

O local da pesquisa foi o sítio Bom Futuro no ramal do Urubuí, no município de Presidente Figueiredo – foto: divulgação
O local da pesquisa foi o sítio Bom Futuro no ramal do Urubuí, no município de Presidente Figueiredo – foto: divulgação

Um estudo realizado por pesquisadores formados no curso de pós-graduação em Botânica (PPG-BOT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), André Rodrigo Rech e Mayá Schwade e pelo estudante do curso de Sociedade e Cultura na Amazônia (Ppgsca) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Mauricio Adu Schwade, revela que abelhas-sem-ferrão amazônicas são capazes de defender suas colônias contra roubos de outras abelhas.

O objetivo do estudo foi documentar a resposta de abelhas da espécie Duckeola ghilianii quando uma colônia de outra espécie, próxima a esta, é atacada. As observações foram realizadas em outubro de 2010, e os ninhos foram monitorados posteriormente para verificar como as abelhas se comportaram após o ataque.
O local da pesquisa foi o sítio Bom Futuro no ramal do Urubuí, no município de Presidente Figueiredo, onde estão os meliponários da família Schwade. Eles têm um criterioso acompanhamento do desenvolvimento de suas colônias de abelhas, registrando os saques por abelhas ladras como um dos principais fatores na perda de colmeias de Apis mellifera (abelha do mel, africanizada) e enfraquecimento das colônias de abelhas nativas, especialmente as do gênero Scaptotrigona.
De acordo com Rech, há um tempo, Mauricio Adu Schwade percebia que as colônias que estavam próximas às abelhas da espécie Duckeola ghilianii pareciam ser menos atacadas por abelhas ladras (chamadas biologicamente de cleptobióticas, pelo hábito especializado de roubar pólen e mel de outras abelhas). Com base nessa percepção os autores desenvolveram a ideia de que Duckeola ghilianii deveria atuar na defesa de territórios livres de roubo e que dessa forma protegiam colônias na vizinhança contra os mesmos ataques.

Para testar a tese, os pesquisadores localizaram uma colônia de abelha-sem-ferrão (Scaptotrigona sp.) que estava sendo atacada por abelhas ladras, as Lestrimelitta rufipes - popularmente conhecidas como abelha-limão -, e a introduziram em um meliponário onde já existia uma colônia de Duckeola ghilianii. Na sequência, filmaram e observaram todo o comportamento.
Segundo os autores do artigo científico, publicado na revista ‘Acta Amazonica’ do Inpa, com esse experimento eles perceberam que as operárias de Duckeola ghilianii rapidamente respondem ao odor produzido pelas abelhas ladras e iniciam uma patrulha e ataque, retirando as ladras de dentro da colônia invadida e impedindo que continuem a saquear. “A presença de comportamento defensivo em gêneros não proximamente relacionados sugere que ele tenha evoluído mais de uma vez”, observam.
No mesmo meliponário havia também uma colônia da espécie Melipona fulva - conhecida como jandaíra preguiçosa -, a qual reagiu igualmente ao odor cítrico e atuou na retirada de pedaços das abelhas mortas. De acordo com os autores: “Embora muito maiores que as operárias de Duckeola ghilianii, as meliponas não foram tão eficientes quanto essas”.fonte:em Tempo/jardim das oliveiras camocim ceara

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