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domingo, 18 de agosto de 2013

'PERDI NOVA CHACE' DIZ ATRASADA QUE TENTAVA PROVA DA OAB PELA 1º- VEZ.

Retardatários xingam seguranças ao darem de cara com portão fechado.

Bacharéis se desesperam, choram e se revoltam ao perder exame em SP.

Do G1, em São Paulo/jardim das oliveiras camocim ceara
serem fechados para os candidatos que fariam a 1ª prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) neste domingo (18), o clima de tensão começou. Seguranças começaram a gritar e a acenar: “Elevadores programados”, “Rápido, vamos fechar o portão”, “Faltam cinco minutos”.

Os últimos retardatários chegavam desesperados correndo. Até que um dos vigias da universidade baixou a grade e o choro e a gritaria começou em frente à unidade.
Canditado que chegou atrasado se revolta, sobe no portão e grita contra os seguranças e funcionários da OAB (Foto: Guilherme Tosetto/G1)Canditado que chegou atrasado se revolta, sobe no portão e grita contra os seguranças e funcionários da OAB (Foto: Guilherme Tosetto/G1)
Um jovem chamado Guilherme balançava o portão, desesperado. Xingava a OAB e pedia de volta o dinheiro pago pela inscrição.

“Foram R$ 200 jogados fora. OAB, devolve meu dinheiro”, esbravejava ele, que pedia aos seguranças para abrirem o portão.
Mulher chora depois de ficar para fora no exame da OAB (Foto: Guilherme Tosetto/G1)Bacharel em Direito que tentaria prova pela 10ª vez
chora (Foto: Guilherme Tosetto/G1)
“Por favor, abre seu moço! Eu preciso fazer esta prova, por favor!”, suplicou Camili Ismael, de 23 anos, que tentaria o concurso pela segunda vez. Ela foi a primeira a chegar em frente aos portões sendo fechados.

“Vim da Freguesia do Ó (Zona Norte da capital), tinha que ter um período de tolerância. Nos últimos anos, a prova sempre era às 14h. Neste ano, resolveram marcar às 13h. Nem todo mundo sabia disso. Eu só vi depois”, reclamava ela.

A bacharel em direito Juliana Regina Pereira, de 35 anos, chorava muito. Ela tentaria a prova pela 10ª vez, mas perdeu o horário. Veio de Metrô do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, mas diz ter se confundido e descido na estação errada.


“O pior da prova é o nervosismo. Eu sou muito preocupada, o emocional atrapalha. Tentaria esta prova pela décima vez. Me formei em 2001, e desde então eu trabalho com meu pai, que tem um escritório de advocacia”, diz ela.
Mulher chega segundos após o fechamento dos portões do local da prova em SP (Foto: Guilherme Tosetto/G1)'Por favor, abre', suplicou Camili Ismael a segurança
(Foto: Guilherme Tosetto/G1)
Mudança de horário da prova
Os retardatários formaram um cordão em frente à universidade pedindo que os seguranças chamassem algum representante. Foi tudo em vão.

A reclamação geral entre eles era a mudança do horário sem alerta e também não haver tolerância por parte dos seguranças.  A maioria dos que não conseguiu entrar apontou as dificuldades do transporte público no domingo, como poucos ônibus, e a distância do local das provas, como dificuldades.

Entre os atrasados estava a cadeirante Caroline Cambraia, que veio de táxi do Morumbi. “Eles deveriam dar um desconto, não porque sou cadeirante e preciso de ajuda, mas porque atrasos podem ocorrer. Ainda não acredito que perdi esta prova”, desabafa ela.

Luiz Paulo Vieira, de 46 anos, também deu de cara com o portão. “Vim de Guaianazes (Zona Leste) e no domingo é complicado o transporte. Eu até desci na estação São Joaquim há tempo, mas tinha muita gente atrapalhando para chegar aqui. Dói não conseguir realizar a prova. É tempo perdido”, contou.
 
Aposentado e estudante de direito presta o exame da OAB pela segunda vez (Foto: Guilherme Tosetto/G1)Aos 60 anos, aposentado e estudante de direito
presta o exame pela segunda vez
(Foto: Guilherme Tosetto/G1)
Persistência após os 60 anos
Um dos mais animados para o exame era o supervisor elétrico aposentado Ciro Leonardo dos Santos que, aos 60 anos, cursa em 2013 o último ano de Direito na Unicsul.

“Esta é a segunda vez que presto o exame, espero que desta vez eu consiga. A gente precisa persistir na vida, nada é fácil. Estou fazendo Direito agora por hobby. Já sou aposentado, mas busco uma nova profissão”, contou Ciro.

“A segunda fase é a mais complicada. Na outra prova, foi nesta que eu não passei”, relembrou.

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