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domingo, 1 de setembro de 2013

DECLARAÇÃO SOBRE SÍRIA DEMONSTRA PERSPICÁCIA DE OBAMA.

Da BBC News em Washington/jardim das oliveiras camocim ceara

Obama / AFP
Obama disse que vai buscar aval do Congresso antes de intervir militarmente na Síria
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, surpreendeu a todos com a sua declaração. Muitos esperavam que mísseis estariam sendo lançados neste exato momento contra a Síria. Em vez disso, a intervenção militar naquele país foi adiada por pelo menos dez dias.
Neste sábado, o líder americano afirmou que os EUA estão prontos para atacar a Síria, mas que vai buscar aval do Congresso para levar adiante a ofensiva.

As chances de que ele receba uma resposta positiva da casa sobre a intervenção são altas, haja vista as declarações públicas dos parlamentares nos últimos dias.A declaração de Obama talvez não impressione aqueles que habitualmente o acusam de "tremer nas bases", mas, pelo menos, membros do Congresso não devem reclamar desta vez.
Claramente Obama acha que vai ter o apoio do Congresso. Mas, até então, David Cameron, o premiê britânico, também pensava dessa forma.
A humilhação de Cameron contribuiu para a decisão de Obama. A recusa do Parlamento britânico de apoiar um ataque do Reino Unido à Síria deixou alguns dos conselheiros do presidente americano mais avessos a um eventual convite ao Congresso para levar adiante a intervenção militar.

Mas o impacto real foi perverso.
No passado, o Reino Unido foi acusado de ser o animal de estimação dos Estados Unidos. Dessa vez, os parlamentares britânicos fincaram seus dentes na barra da calça de Obama, deixando-o exposto em relação à sua defesa inveterada de uma ação militar.
A saída forçada de cena de seu maior aliado histórico repercutiu negativamente para o presidente americano, que viu a necessidade de um apoio moral maior para sua ação na Síria.
Mas, na hipótese de o Congresso votar a favor de uma intervenção militar, Obama consegue calar, pelo menos em parte, os manifestantes que se opuserem ao conflito.
É claro que isso só acontecerá se a Câmara de Representantes e o Senado apoiarem o presidente americano.
Alguns vão dizer que a declaração de Obama mostra sua fraqueza ou que o seu poder de fogo é reduzido.
Ele foi eleito para dar um fim às guerras americanas. Sua eleição foi uma resposta à polêmica invasão do Iraque.
Muitos de seus correligionários querem que Obama foque no que ele mesmo diz ser "a construção da nação em casa".
Mas o presidente dos EUA está preso nas suas próprias linhas vermelhas e, talvez, na necessidade de enviar um sinal ao Irã e à Coreia do Norte.
Uma pesquisa recente mostrou que 80% dos americanos acham que o Congresso deve votar antes de qualquer ação militar.
Uma ação na Síria é extremamente impopular, especialmente com uma coalizão internacional incerta e uma relutância doméstica.
Mas é sensato assegurar-se de que a responsabilidade por essa ação impopular será dividida com outros políticos.
É também perspicaz, sob o ponto de vista doméstico, adoçar a boca do Congresso. Alguns até argumentarão que em uma democracia essa é a coisa certa a fazer.

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