A polícia está presente na região, muitas vezes a poucos metros de onde os assaltos acontecem. Mas a única ação dos policiais, que nossa câmera registrou, foi uma tentativa de aproximação que provocou um corre-corre.
Flagrantes de assaltos a pedestres, numa das regiões mais movimentadas do Centro do Rio: tudo registrado numa única tarde pelos repórteres Pedro Bassan e Júnior Alves.
Fim de tarde no Centro do Rio. Alguns adolescentes se aproximam de um ponto de ônibus. Num rápido olhar escolhem a vítima. É a mulher de sacola vermelha, de quem arrancam o cordão.
Vendo a cena, o homem de camisa azul tenta reagir. Mas é surpreendido pelo tamanho do grupo. Ele se vê cercado por cerca de 15 jovens. Um homem de camisa branca atinge um deles. O rapaz se levanta e vai embora.
Grupos menores agem o tempo todo ali por perto. Cordões são o alvo principal. Em apenas três horas, nossa câmera no alto de um prédio flagrou vários assaltos praticados pelo mesmo grupo.
Na praça onde os jovens se concentram, um homem chega e tenta conversar. Mas num instante ele também fica sem o cordão.
A polícia está presente na região, muitas vezes a poucos metros de onde os assaltos acontecem. Mas a única ação dos policiais, que nossa câmera registrou, foi uma tentativa de aproximação que provocou um corre-corre.
Os jovens se arriscam no trânsito até diante dos ônibus. Cheiram solvente. O produto é comprado a poucos metros do Tribunal de Justiça. E à noite, permanecem por ali, avaliando o que foi roubado.
Se não fosse pela nossa câmera, seriam só mais alguns episódios esquecidos, fora das estatísticas e da atenção da polícia. Quem trabalha na região relata dezenas de assaltos por dia.
“Eles se revezam. Cada um aborda em um certo momento. Daqui a pouco outro volta”, conta um homem.
“Todos os dias tem assalto aqui. As pessoas gritando pega ladrão, pega ladrão”, diz outro homem.
“São muitas vezes por dia e não é 2 ou 3 não. É 20, é 30. Todo o mundo está com medo de passar no coração do Rio de Janeiro”, afirma uma mulher.
Polícia Militar do Rio disse que esse problema mostrado na reportagem é mais social do que de segurança, porque já apreendeu 68 menores no Centro, só esse mês.
“A Polícia Militar tem trabalhado de forma dinâmica em toda a área do Centro, com policiamento a pé, policiamento de viatura, policiamento com motocicleta. De três meses para cá, nós conduzimos 900 pessoas para a delegacia. Nós sabemos que menores é uma questão social.
Muitos menores estão envolvidos com drogas, dependentes químicos. E dependentes químicos é uma questão de saúde pública. Então, transcende a atuação da Polícia Militar. O que a gente pede é que as pessoas vítimas de furto e roubo façam o registro de ocorrência. Porque é em cima do registro de ocorrência que a gente faz todo o planejamento de policiamento no terreno”, declarou a Major Bianca Machado, porta-voz da Polícia Militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário