É a única das cinco fabricadas até hoje que se tornou não apenas a motocicleta mais vendida do país como também o veículo recordista da indústria nacional. Ela vendeu mais que o Fusca e qualquer outro meio de locomoção a motor no Brasil. Do modelo conhecido por “CG bolinha” à mais recente versão, a CG 125 Fan, muita coisa mudou tecnicamente, mas não o conceito básico, que tem no robusto e econômico motor monocilíndrico 4 tempos o seu “coração”. Fácil de pilotar, incrivelmente resistente e inimiga da oficina, a CG é a motocicleta na qual a grande maioria dos motociclistas estreou ao guidão.
1980 – Honda CB 400
O lançamento da CB 400 foi um susto. Naquele final de 1979 não haveria melhor surpresa para os motociclistas brasileiros, “órfãos” de motos grandes havia quatro anos, desde a proibição das importações. Inesperadamente moderna, a maior das motos nacionais de então dava um show de tecnologia, equipada com rodas Comstar mistas aço-alumínio, freio a disco na roda dianteira e motor bicilíndrico de 40 cavalos, que a levava perto dos 170 km/h de velocidade máxima. Nos anos seguintes foi sendo aperfeiçoada, ganhando versões como a CB 400 II (mais luxuosa e com dois discos na dianteira) e também um upgrade de potência, com o aumento do motor para 450 cc em 1983. Ele proporcionou meros 3,3 cavalos de potência a mais, mas um torque 34% maior (de 3,2 para 4,3 kgf.m). Versões? Custom, Esporte, DX e TR, entremeadas por versões especiais. Uma derivação de forte apelo esportivo foi lançada em 1989, com motor mais potente e chassi de tubos retangulares, a CBR 450 SR. Até hoje há quem diga que as CB 400/450 seriam motos que ainda deveriam estar no catálogo da Honda. Foram produzidas até 1994.
1981 – Yamaha DT 180
A DT 180 foi a trail que incentivou gerações de motociclistas à prática do off-road, mas não só isso, pois a versatilidade do projeto fez dela uma motocicleta multiuso, tornando-se opção de transporte de muitos que jamais colocariam seus pneus sequer em uma estradinha de terra batida. Modernidade e desempenho aliados a um visual singular serviram de cartão de visitas para essa Yamaha, pioneira da suspensão monoamortecida em termos nacionais. Ver uma DT 180 estacionada no centro de uma grande cidade como São Paulo e saber que aquela mesma moto, com poucas mudanças, era capaz de vencer o Enduro da Independência, a mais popular competição de motos do Brasil da época, fez dela um ícone. Fabricada até 1997, foi recebendo melhorias e versões variadas no arco de sua produção, mas sempre mantendo o potente (quase 20 cv) motor monocilíndrico refrigerado a ar. Como a moto era leve (pesava pouco mais de 100 kg), o motor dava a ela um talento inigualável para enfrentar as trilhas e o dia a dia na cidade. Foi produzida até 1997.
1982 – Honda XL 250R
A resposta da Honda à Yamaha demorou dois anos, mas quando veio fez a alegria dos fãs da marca. Em 1982, a primeira off-road Honda montada no país representava um real progresso diante da Honda XL 250 importada em poucas unidades em meados dos anos 1970. Um passo à frente era certamente o sistema Pro-Link na suspensão traseira, cujo monoamortecedor progressivo oferecia ao mesmo tempo conforto e excelente comportamento em terrenos ruins. O motor monocilíndrico de 22 cavalos compensava com um torque razoável o peso não exatamente “pena” da XL 250R, perto dos 130 kg. Em 1984, o modelo foi reformulado, ganhando um motor com cabeçote de quatro válvulas radiais (RFVC - Radial Four Valve Chamber) e no lugar do carburador simples, dois carburadores. Isso fez a potência subir para 25 cavalos e o nome mudar para XLX 250R. Em 1987, o carburador voltou a ser um só, mas o que não mudou foi o sucesso, o que incentivou a produção do modelo até 1994, mesmo com o aparecimento (em 1987) de uma forte rival na própria linha Honda, a XLX 350R, 100% derivada do bom e velho “xiselão”.
1986 - Yamaha RD 350 LC
Se houve uma moto que despertou paixões violentas foi a Yamaha RD 350 LC, até mesmo pela grande expectativa criada pela empresa. Ela foi mostrada no Salão em São Paulo em 1984, mas só chegou às concessionárias em 1986, montada nas novas instalações da Yamaha em Manaus. O modelo era uma evolução da lendária RD 350 “viúva negra”, a versão original refrigerada a ar que frequentou com sucesso o mercado nacional dos anos 1970. A RD 350 LC era uma esportiva ao pé da letra – RD é sigla para “Race Developed”, que significa desenvolvida para competições, e “LC” alude ao sistema de refrigeração líquida (Liquid Cooled, em inglês). Mais letras davam um toque de fineza mecânica: o YPVS, sigla de Yamaha Power Valve System, dispositivo eletromecânico nos escapes que proporcionava maior torque em baixos e médios regimes de rotação, até então um ponto fraco dos motores 2 tempos como esse da Yamaha. Aliás, que motor! O bicilindro era capaz de gerar perto de 60 cavalos. Tal cifra aliada ao peso abaixo dos 170 kg proporcionava acelerações fulminantes e velocidade máxima que lambia os 200 km/h. Mais do que uma moto, a RD 350 LC foi uma lenda, uma espécie de Davi que com apenas 350 cc conseguiu bater os Golias de então, as motos de 500 ou 750 cc dotadas de motores 4 tempos. A RD 350 LC foi produzida até 1993.
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