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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A SANTA CASA DE SÃO PAULO SUSPENDE CONSULTAS E CIRURGIAS.


Em crise financeira, instituição só manteve atendimento de urgência.
Hospital realiza, por mês, 4 mil cirurgias e 31 mil consultas, em média.

Do G1 São Paulo/TEMPO DA NOTICIA
A Santa Casa de São Paulo suspendeu, por tempo indeterminado, as consultas, as cirurgias e os exames que estavam agendados. Só o atendimento de urgência continua funcionando na instituição, que passa por crise financeira.
Pacientes foram surpreendidos nesta sexta-feira (19) com a nova medida e voltaram para casa sem atendimento, como informou o SPTV. A direção da Santa Casa pede para que as pessoas procurem os postos de saúde perto de casa.
Por mês, em média, o hospital realiza 4 mil cirurgias, 31 mil consultas e 150 mil exames.
13º salário
A superintendência da Santa Casa pediu um novo prazo, até o fim deste mês, para efetuar o pagamento dos salários atrasados de parte dos funcionários e do 13º. O acordo foi firmado na quinta (18) após uma reunião da instituição com os sindicatos que representam os funcionários no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no Centro de São Paulo.
De acordo com o MTE, a Santa Casa pediu para que os funcionários aguardem até o dia 29 de dezembro, data que terá resposta de um empréstimo bancário para normalizar a folha de pagamento. O depósito na conta dos trabalhadores deve ser feito nos dias subsequentes, até o fim deste mês.

Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simep), 669 funcionários da Santa Casa não receberam o pagamento referente ao mês de novembro, sendo que 437 são médicos.
Com a decisão, os funcionários decidiram que não vão paralisar o atendimento ao público.
O sindicato também quer que a instituição pague a todos, seja de forma proporcional ou integral, sem recorte por faixa salarial. No final de novembro, o 13º salário foi pago apenas aos funcionários que recebem remuneração mensal de até R$ 3 mil.
Demissão
A partir desta quinta, 1.150 funcionários que prestam serviços de limpeza na Santa Casa começam a cumprir aviso prévio. A empresa Vivante alega que a instituição lhe deve R$ 22 milhões e que, por isso, não pode mais pagar os funcionários.
Na manhã desta quarta-feira (17), o Bom Dia São Paulo mostrou as condições precárias dos banheiros do pronto-socorro de ortopedia e traumatologia. Faltava sabonete para lavar as mãos e papel higiênico. A reportagem também constatou problemas em algumas alas do pronto-socorro central. Em uma delas, o teto está sem forro e com fiação exposta. O elevador não tem forro. Em um dos corredores, a pintura da parede está descascando.
Crise financeira
Uma auditoria independente verificou que a crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é maior do que a instituição havia anunciado. Segundo o levantamento, o montante devido é de R$ 773 milhões, 78% a mais que os R$ 433,5 milhões que constavam em relatório divulgado pela instituição em setembro.
A nova auditoria foi encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde e aponta má gestão da Santa Casa. Dentre as irregularidades, o relatório indica a compra de materiais superfaturados, pagamento de super salários e fraudes em contratações de serviços.
Há situação irregular até na lavanderia. O preço contratado foi de menos de R$ 2 o quilo de roupa lavada, mas o valor praticado é de R$ 3. A instituição perde R$2,6 milhões por ano somente nesse contrato.
A maior dívida é com a folha de pagamento dos funcionários, estimada em R$ 114 milhões. A Santa Casa tem 11 mil empregados e administra quatro hospitais próprios e 27 unidades de saúde da capital e de Guarulhos. Em segundo lugar, a dívida com fornecedores: R$ 104 milhões.
David Uip, secretário estadual de Saúde, se reuniu com a direção da Santa Casa no dia 11 de dezembro. Ao final do encontro, Uip afirmou a jornalistas que a dívida da instituição é de R$ 823 milhões. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o valor é total e contabiliza, além do revelado pela auditoria, uma dívida que a Santa Casa tem com o governo.
Questionado se haverá novo repasse, Uip apenas afirmou que o governo buscará mecanismos para ajudar a instituição. “A Santa Casa é um hospital privado, particular e responsável pelo que está acontecendo. Nós estamos encaminhando à Promotoria Pública e ao Tribunal de Contas o que nós auditamos para que consiga criar um mecanismo que possibilite ajudar a Santa Casa entendendo que isso deverá ser divido entre os três poderes”, disse David Uip.
O superintendente da Instituição, Irineu Massaia, pediu a colaboração dos funcionários, e disse que o atraso nos pagamentos deve ser resolvido em breve. “O que a gente pede novamente aos nossos funcionários que têm se esmerado, não só nesse momento como em outros em que faltaram medicamentos e estrutura, para manter qualidade de atendimento. Rapidamente resolveremos o problema dos funcionários que, no momento, é a nossa prioridade”, afirmou Massaia.
O governador Geraldo Alckmin disse que o Estado continuará ajudando a irmandade. Ele acrescentou que, em quatro anos, o governo repassou R$ 500 milhões para a Santa Casa.
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