"Fevereiro e março são os meses de maior registro de chuvas no litoral, mas infelizmente, não será o suficiente para encher a lagoa”, alerta a meteorologista Sônia Feitosa.
Devido a falta de chuva, a ação do homem e ao intenso movimento das dunas, a Lagoa do Portinho, um dos principais cartões postais do Piauí, vem enfrentando o pior período de seca já registrado nos últimos quatro anos. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR, desde 2010 que a lagoa não registra seu nível normal de água. Nos últimos três anos, os dois rios (Portinho e Márruas) que são os contribuintes da lagoa não têm água correndo no leito. O Portinho que, ainda, tem um pouco de água, devido ao movimento das marés, não consegue sangrar em direção a lagoa, devido a uma obstrução.
A última cheia registrada que garantiu água para a Lagoa do Portinho foi em 2009, quando a mesma recebeu uma quantidade cinco vezes mais do que o esperado. Desde então, vem sendo constatado uma rigorosa estiagem. “A SEMAR já realizou fiscalização nas propriedades que ficam no entorno da lagoa para verificar se está havendo o desvio de água, conforme foi noticiado pela imprensa, porém, foi constatado que isso não existe, até porque não tem água para barrar. A lagoa secou integralmente. Está tudo seco na região”, ressalta a bióloga Roseane Galeno.
O futuro secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ziza Carvalho, disse que já tem informações sobre a situação da Lagoa do Portinho e que outras quatro lagoas, Sobradinho, Jaboti, Mutuca e Camurupim, também enfrentam a estiagem. “Tenho conhecimento que já foi feito um trabalho de revitalização, mas certamente era para ter tido continuidade no monitoramento das dunas. Novas fiscalizações serão feitas na região e então, tomaremos as providências que visem minimizar a situação. Isso considerando, também, que várias comunidades daquela região estão enfrentando sérios problemas”, enfatiza Ziza Carvalho.
Com relação às barragens em propriedades privadas, os fiscais da SEMAR em Parnaíba informaram que elas não existem. Os proprietários também estão enfrentando a estiagem, resultando na paralisação das atividades de piscicultura.
“Em 2015, estaremos trabalhando o monitoramento ambiental do sistema lagunar como um todo, que inclui perfuração de poços tubulares, ocupação de área de preservação ambiental, a criação de unidades de conservação que irá restringir o uso da lagoa e organizará a visitação quando ela voltar a ficar cheia. Além disso, iremos trabalhar a ampliação do controle de contenção das dunas, que também ameaçam as comunidades”, acrescenta o secretário.
Previsões Climáticas
De acordo com a Gerência de Hidrometeorologia da SEMAR, a previsão para o Piauí, no trimestre de janeiro a março de 2015, indica uma distribuição de probabilidade maior, para chuvas com comportamento abaixo da média histórica, no Estado do Piauí. “Para a região Norte (período chuvoso de janeiro a maio), tem a maior tendência à ocorrência de chuvas variando de normal a abaixo da média histórica. Anualmente, é esperando o registro de 1.600 milímetros de chuva naquela região. Fevereiro e março são os meses de maior registro de chuvas no litoral, mas infelizmente, não será o suficiente para encher a lagoa”, alerta a meteorologista Sônia Feitosa.
Fonte: O Olho/Edição: PHB em Nota
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