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domingo, 11 de janeiro de 2015

MAIS DE 3 MILHÕES DE PESSOAS MARCHAM POR UNIÃO NA FRANÇA.

(EPA)

Marcha em Paris reuniu 1,5 milhão de pessoas
Mais de 3 milhões de pessoas participaram de uma marcha histórica na tarde deste domingo, em várias cidades da França, para homenagear os 17 mortos em três dias de atentados em Paris.
Só na capital francesa entre 1,3 a 1,5 milhão, segundo estimativas dos organizadores, se reuniram nos arredores da Place de La République (Praça da República), ponto de partida da manifestação, para pedir maior união e defender a liberdade de expressão.
Alguns comentaristas afirmaram que a última vez que os parisienses saíram massivamente às ruas foi em 1944, para comemorar a libertação da cidade do domínio da Alemanha nazista.
Marchas também foram realizadas em outras importantes cidades da França, como Lyon, Marselha, Bordeaux e Grenoble.
Em Beaucaire, reduto eleitoral de Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Front National, cerca de 1 mil pessoas percorreram a principal avenida da cidade gritando "Marine! Marine". Le Pen havia pedido a seus correligionários que boicotassem a marcha de Paris.

Já em Paris, cerca de 40 líderes mundiais deram os braços e caminharam junto à multidão, entre eles o presidente da França, François Hollande, o premiê britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê italiano, Matteo Renzi, o premiê espanhol, Mariano Rajoy, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e até os inimigos de longa data Binyamin Netanyahu, premiê israelense, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.
O ato foi interpretado como uma declaração contra o terrorismo e de apoio à liberdade e à democracia.
(AP)
Marcha teve início por volta das 15h30 locais (13h30 de Brasília)
"Paris é a capital do mundo hoje. O país inteiro vai se levantar", disse Hollande.
O percurso oficial da marcha tinha cerca de três quilômetros de extensão, que foram percorridos por duas rotas diferentes em avenidas centrais de Paris.
A marcha teve início por volta das 15h30 locais (13h30 de Brasília).
Parentes das 17 vítimas dos atentados caminharam à frente da multidão, junto com políticos e chefes de Estado e de governo.
Por razão de segurança, os líderes mundiais não participarão de toda a marcha, mas apenas em um trecho específico, onde podem ser protegidos pelas forças de segurança.
Mais de 2 mil policiais e 1.350 militares trabalharam na segurança da marcha.
(AFP)
Líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, participaram de marcha
A alta mobilização das forças de segurança já era evidente nas ruas de Paris desde as primeiras horas da manhã.
Dezenas de atiradores de elite vigiaram o centro da capital francesa do alto de telhados.
Porém, em geral, o clima entre os participantes não foi de medo de mais atentados, mas de animação, segundo correspondentes da BBC presentes no evento.
Apesar de temperaturas de cerca de 10 graus Celsius, a multidão começou a se reunir desde cedo na Place de la République (Praça da República) no centro de Paris.
Algumas pessoas vieram até de países vizinhos. As passagens de trens internacionais tiveram seus preços reduzidos para atrair participantes de cidades como Amsterdã (Holanda), Colônia (Alemanha) e Bruxelas (Bélgica).
O slogan "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), que foi amplamente difundido nas redes sociais após o atentado contra a revista satírica Charlie Hebdo na quarta-feira, pôde ser vista em faixas cartazes e camisetas na manifestação, segundo o correspondente da BBC Patrick Jackson.
"Há muitas bandeiras também, grandes e com as cores da França", afirmou.
Diversas vezes, a multidão cantou o hino francês ou deu início a ondas de aplausos de forma espontânea.
Muitos afirmaram que decidiram sair de suas casas e participar da grande manifestação para mostrar "união" e defender "a liberdade de expressão".
(Getty)
Comentaristas afirmaram que a última vez que os parisienses saíram massivamente às ruas foi em 1944, para comemorar libertação de domínio nazista
"Foi sério (em alusão aos ataques), foi uma ataque à nossa liberdade, não podemos permitir isso", afirmou o francês Laurent, que levou duas horas junto da mulher, Isabelle, e da filha, Coline, para percorrer dois quilômetros.
"Tínhamos de sair às ruas e mostrar que não estamos com medo", acrescenta Isabelle.
Em outras cidades do mundo, milhares de pessoas também saíram às ruas para apoiar os franceses. Houve atos em Londres, Madri, Cairo, Sydney e Tóquio. Na Bélgica, a marcha reuniu mais de 10 mil pessoas em Bruxelas.
Nos arredores de Paris, segundo a agência de notícias AFP, outras 1 milhão de pessoas também participaram de marchas contra o terrorismo.
Durante todo o trajeto, a multidão aplaudiu policiais e atiradores de elite que se posicionavam no topo dos prédios.
O fato chamou atenção da correspondente da BBC Luci Bonow, que está no evento.
"Vans de polícia acabam de chegar à Place de la République e são aplaudidas. Nunca vi isso em uma manifestação ou em um protesto", disse ela.

Vídeo

(AFP)
Em vídeo, Amedy Coulibaly promete lealdade ao grupo militante autodenominado "Estado Islâmico"
Antes do início da marcha, foi divulgado um vídeo gravado pelo atirador que teria matado uma policial na quinta-feira e realizou um atentado contra o supermercado judeu Hyper Casher na sexta-feira ─ ação que deixou quatro vítimas mortas.
Na gravação, Amedy Coulibaly promete lealdade ao grupo militante autodenominado "Estado Islâmico" e confirma as suspeitas da polícia de que seu ataque foi coordenado com as ações dos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que mataram 12 pessoas em um atentado contra a revista satírica Charlie Hebdo na quarta-feira.
"Nós dividimos nossa equipe em duas... para aumentar o impacto de nossas ações", afirma ele no vídeo.
Ele também tenta justificar seus atos afirmando agir motivado por vingança.
Coulibaly foi morto quando policiais invadiram o supermercado onde ele mantinha 15 reféns. Sua companheira, Hayat Boumeddiene, ainda é procurada pelas autoridades. Porém há uma suspeita de que ela tenha deixado a França na semana passada para voar à Turquia e de lá entrar na Síria.

Esconderijo

A polícia francesa localizou o esconderijo de Coulibaly, um apartamento em Gentilly, na periferia de Paris, segundo informações divulgadas neste domingo.
No local, foram encontradas quatro pistolas Tokarev, revólver, detonadores de explosivos e munições, bombas lacrimogênio, além de bandeiras jihadistas semelhantes às utilizadas pelo grupo autodenominado Estado Islâmico.
A procuradoria de Paris anunciou em um comunicado neste domingo ter estabelecido uma ligação entre uma arma usada por Coulibaly e um outro ataque a tiros, na noite de quarta-feira, contra um homem que estava correndo em um parque no sul de Paris.
O atentado contra o semanário Charlie Hebdo também ocorreu na quarta-feira.
Os investigadores relacionaram as cápsulas de balas encontradas no parque, em Fontenay-aux-Roses, no oeste de Paris (onde Coulibaly moraria com sua companheira Boumeddiene), e uma das pistolas utilizadas pelo atirador no ataque ao supermercado judaico.
A procuradoria não informou se o corredor no parque teria sobrevivido. Em razão dos novos elementos, a investigação sobre esse ataque, até então considerado um crime comum, será agora realizada pelos serviços antiterroristas.

Judeus

Na manhã deste domingo, o presidente Hollande se encontrou com líderes da comunidade judaica da França.
Líderes judeus disseram que Hollande garantiu que medidas especiais de segurança serão implementadas para proteger todas as instituições judaicas neste domingo e na segunda-feira.
"Nós decidimos viver nosso judaísmo e continuaremos a vivê-lo normalmente, pois não podemos nos render à violência", disse Roger Cukierman, presidente do Conselho Representativo de Instituições Judaicas, depois da reunião com o presidente.
Após a marcha, Hollande participou de uma solenidade em memória dos quatro judeus mortos no ataque ao supermercado judaico na sexta-feira. A homenagem ocorreu na Grande Sinagoga de Paris, a mais importante da capital francesa.
De acordo com informações do gabinete do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, as vítimas serão enterradas em Israel.

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