PROCESSO ANTECIPADO
FONTE.DN
Pelo menos cinco nomes já estão escalados pelos adversários do Governo para a disputa municipal na Capital cearense
Está muito distante! Daqui até lá, como diziam os políticos de ontem, "ainda vai passar muita água por debaixo da ponte". Mas, o certo é que já tem político cuidando da próxima disputa municipal, em 2016, em Fortaleza, independentemente de promessas de acordos feitos na disputa estadual do ano passado quando vários líderes partidários se uniram em torno da postulação do senador Eunício Oliveira (PMDB) ao Governo do Estado contra o candidato de Cid Gomes (PROS), por fim eleito, o hoje governador Camilo Santana (PT).
Os acertos feitos por representantes do PMDB, PSDB e PR, eram de manter a união contra o adversário comum, Cid Gomes. Dessa forma, todos teriam um objetivo único que seria derrotar Roberto Cláudio (PROS), o atual prefeito, na pretensão deste de ter um segundo mandato consecutivo.
Os três partidos, ao contrário de um candidato único, apresentariam cada um o seu nome, admitindo duas ou três outras postulações, no campo oposicionista, representando o PDT, o PSOL e a corrente do PT da ex-prefeita Luizianne Lins.
Receber apoio
Dessa forma, seriam candidatos Eunício Oliveira, Capitão Wagner, Heitor Férrer, Renato Roseno e a própria Luizianne, ficando ainda o PSDB, dependendo da realidade daquele momento, com chance de também ter um nome próprio ou se aliar a Eunício. Assim, entendem eles, o segundo turno da disputa estaria viabilizado e, qualquer deles, exceção de Roseno, teria o apoio dos demais para enfrentar Roberto Cláudio.
Heitor, é bom registrar, tem o apoio do PDT para disputar, mas não o tem para levar o partido a fechar com outro oposicionista. Pode, sim, receber apoio no caso de ir ao segundo turno. O PDT está no esquema governista, e Cid ainda é o líder da situação.
A ex-prefeita Luizianne Lins saiu enfraquecida, eleitoralmente, do último pleito. Foi eleita deputada federal, mas sua votação ficou muito aquém do previsto, até mesmo pelos seus mais próximos. E mais, viu dispersarem alguns dos seus liderados, dentre eles o ainda deputado federal Eudes Xavier, o vereador Guilherme Sampaio e outros.
Filiações
Mas, como não se queda facilmente, nos bastidores, trabalha para continuar comandando o diretório municipal da agremiação e, sozinha, já conseguiu filiar próximo de cinco mil eleitores, para não ser surpreendida pelos adversários na própria agremiação. Esses novos filiados estarão aptos a votar na próxima plenária que definirá se o partido terá ou não candidato próprio à Prefeitura da Capital.
Sabe Luizianne do compromisso, sobretudo moral, do governador Camilo Santana com a reeleição de Roberto Cláudio. Camilo, presume-se, tudo deverá fazer, dentro do PT, com a força que a caneta governamental lhe confere, para retribuir o esforço feito pelo atual prefeito, para ele chegar à chefia do Executivo estadual, mesmo tendo sido surpreendido com a votação de Fortaleza, majoritariamente favorável ao seu concorrente. Ademais, Roberto Cláudio é o candidato de Cid, primeiro patrocinador da eleição de Camilo Santana.
Luizianne quer repetir o momento rebelde de 2004, quando enfrentou e derrotou, dentro do PT, o todo poderoso da época, José Dirceu, no início do primeiro Governo Lula, um dos defensores do apoio do PT ao nome de Inácio Arruda, que já naquela época queria ser prefeito de Fortaleza. E é por isso que ela trabalha para continuar mantendo o controle do diretório municipal, a menos seja nocauteada por uma decisão casuística da direção nacional, sonho dos seus adversários na década passada que acabou não acontecendo.
Sobrevivência
Ela, como Eunício Oliveira, estão certos de ter o apoio da maioria do eleitorado fortalezense. Ambos querem ganhar a Prefeitura, principalmente para reduzir a força política do ex-aliado deles, Cid Gomes, hoje o principal adversário de ambos, e também por uma questão de sobrevivência política.
Com o mandato de deputada federal, sem perspectiva de ter um trabalho capaz de destacá-la como excelente parlamentar, Luizianne não oferece elementos, agora, para permitir que se lhe diferencie da ex-prefeita Maria Luiza Fontenele, quanto a futuras pretensões eleitorais.
Por seu turno, o senador Eunício Oliveira, cujo mandato termina em 2018, hoje não oferece elementos a motivar raciocínio favorável à sua reeleição, embora na época estejam em jogo duas vagas, no caso a dele e a do senador José Pimentel (PT).
Cid Gomes, apoiando a reeleição de Camilo Santana, quer para si uma das duas cadeiras de senador, e, por certo, ajudará a eleger o segundo, excluindo os nomes de Eunício e Pimentel, ajudados em 2010. Assim, disputar a Prefeitura de Fortaleza, no próximo ano, mesmo perdendo, será benéfica ao senador peemedebista para se credenciar como uma verdadeira força política no Estado do Ceará.
Edison Silva
Editor de Política
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