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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

'A ESPERANÇA DO REENCONTRO É A FONTE DA MINHA FORÇA', DIZ CARTA DE REFÉM AMERICANA MORTA.

Kayla Mueller

Morte de Kayla Mueller, a última refém americana mantida em poder do Estado Islâmico, foi confirmada nesta terça-feira
"Pensar na dor de vocês é a fonte da minha própria dor, simultaneamente, a esperança do nosso reencontro é a fonte da minha força".
É assim que a trabalhadora voluntária Kayla Mueller, a última refém americana em poder de militantes do grupo autodenominado "Estado Islâmico" na Síria, termina a única carta enviada à sua família do cativeiro em 2014. Nesta terça-feira, a morte de Kayla foi confirmada por autoridades americanas.
A família de Kayla disse estar "de coração partido" ao saber da notícia e divulgou uma carta que a voluntária escreveu durante o tempo em que permaneceu em cativeiro.
Falando sobre a morte da americana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que ela "representa o que há de melhor no país".

Na semana passada, o Estado Islâmico afirmou que ela havia morrido durante um ataque aéreo realizado pela Jordânia, sem, no entanto, oferecer evidências.
'Sei que vocês gostariam que eu permanecesse forte. É exatamente o que eu estou fazendo', diz refém americana em carta
Kayla, de 26 anos, foi capturada enquanto trabalhava em Aleppo, na Síria, em 2013.
"Nossos corações estão partidos pela morte de nossa única filha, e nós nos manteremos em paz, dignidade e amor por ela", afirmou a família da Kayla por meio de um comunicado.
Na carta, escrita em 2014, Kayla tenta acalmar sua família, dizendo que ela havia sido tratada com "maior respeito e bondade".
"Eu só pude escrever um parágrafo por vez, só o pensamento de todos vocês me faz debulhar em lágrimas".
"Sei que vocês gostariam que eu permanecesse forte. É exatamente o que eu estou fazendo".

Legado

Kayla Mueller
Kayla tinha 26 anos e trabalhava como voluntária na Síria, quando foi capturada
A morte de Kayla foi confirmada depois que a família foi contatada pelos sequestradores do Estado Islâmico no último fim de semana. A inteligência americana comprovou, posteriormente, a veracidade da mensagem.
"Ela foi levada de nós, mas o seu legado perdura, inspirando todos aqueles que lutam, cada um a sua maneira, pelo que é justo e pelo que é decente", afirmou Obama por meio de uma nota.
"Não importa quanto tempo demorar, os Estados Unidos vão descobrir e levar à Justiça os terroristas que são responsáveis pelo sequestro e morte de Kayla".
Nem a Casa Branca nem a família da americana mencionaram as circunstâncias por trás de sua morte.

Kayla Mueller
Kayla viajou para a fronteira da Turquia e da Síria em 2012 para trabalhar com refugiados
Kayla foi a última refém americana a ter sido mantida refém pelo Estado Islâmico. Os outros três ─ os jornalistas James Foley, Steven Sotloff, e o agente humanitário Peter Kassig ─ foram decapitados pelo grupo.
A versão de que Kayla teria morrido durante um ataque aéreo realizado pela Jordânia foi negada por autoridades do país.
Kayla trabalhou em várias organizações humanitárias tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.
Ela viajou para a fronteira da Turquia e da Síria em 2012 para trabalhar com refugiados.

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