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sábado, 21 de fevereiro de 2015

A SANTA MISSA DESTE DOMINGO DIA 22 DE FEVEREIRO DE 2015.

 Festa da Cátedra de São Pedro
É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.
Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: “E vós, quem dizei que eu sou?” São Pedro,0 em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus”.
Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.
De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.
Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.
São Pedro, rogai por nós!


22.02.2015
1º Domingo da Quaresma — ANO B
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "Eis que vou estabelecer minha aliança convosco..." __
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015
Tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”
Lema: “Eu vim para servir” (Mc 10,5)
EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE
APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia quaresmal envolve-nos em muitos sentidos. Por uma parte, verificam-se as etapas fundamentais da história da salvação iluminadas pelo Antigo Testamento e, por outra, sobressaem os acontecimentos mais salientes da vida de Jesus Cristo até sua morte e ressurreição. Iniciamos um caminho de preparação para a Páscoa e, com isso, nos unimos a Cristo para permanecermos na fidelidade à vontade do Pai. A oração e a força de sua Palavra nos fortalecem para vencermos as propostas opostas ao plano de Deus e sermos construtores de um mundo novo.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Nas tentações do deserto a vitória de Cristo é nossa vitória hoje. O deserto significa o nosso caminho penitencial estabelecido pela Quaresma, para vencermos a idolatria do dinheiro e do mercado. Só assim podemos adorar a Deus e chegar a uma Páscoa verdadeira.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A liturgia garante-nos que Deus está interessado em destruir o mundo do egoísmo e do pecado e oferece aos homens um mundo novo de vida plena. Por isso, quem é fiel à Palavra de Deus, quem procura nela alimento constante para sua vida, jamais poderá ser vencido pelas tentações.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!

Convertei-vos e crede na Boa-Nova!

Antífona de entrada:
Quando meu servo chamar, hei de atendê-lo, estarei com ele na tribulação. Hei de livrá-lo e glorificá-lo e lhe darei longos dias (Sl 90,15s).
Oração do dia
Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário das Leituras: A liturgia garante-nos que Deus está interessado em destruir o mundo do egoísmo e do pecado e oferece aos homens um mundo novo de vida plena. Por isso, quem é fiel à Palavra de Deus, quem procura nela alimento constante para sua vida, jamais poderá ser vencido pelas tentações. Por meio das leituras, participemos do mistério de Cristo e busquemos a força divina contra as tentações do deserto, representado pelas dificuldades de cada dia, decorrentes das estruturas que idolatram o dinheiro e o poder.
Primeira Leitura (Gênesis 9,8-15)
Leitura do livro do Gênesis.
9 8 Disse também Deus a Noé e as seus filhos:
9 “Vou fazer uma aliança convosco e com vossa posteridade,
10 assim como com todos os seres vivos que estão convosco: as aves, os animais domésticos, todos os animais selvagens que estão convosco, desde todos aqueles que saíram da arca até todo animal da terra.
11 Faço esta aliança convosco: nenhuma criatura será destruída pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra.”
12 Deus disse: “Eis o sinal da aliança que eu faço convosco e com todos os seres vivos que vos cercam, por todas as gerações futuras:
13 Ponho o meu arco nas nuvens, para que ele seja o sinal da aliança entre mim e a terra.
14 Quando eu tiver coberto o céu de nuvens por cima da terra, o meu arco aparecerá nas nuvens,
15 e me lembrarei da aliança que fiz convosco e com todo ser vivo de toda espécie, e as águas não causarão mais dilúvio que extermine toda criatura.
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.

Salmo responsorial 24/25
Verdade e amor são os caminhos do Senhor.

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação.

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limite, ó Senhor!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres e ele ensina o seu caminho.
Segunda Leitura (1 Pedro 3,18-22)
Leitura da primeira carta de São Pedro.
3 18 Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito.
19 É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes,
20 quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água.
21 Esta água prefigurava o batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo.
22 Esse Jesus Cristo, tendo subido ao céu, está assentado à direita de Deus, depois de ter recebido a submissão dos anjos, dos principados e das potestades.
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.

Aclamação do Evangelho
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, palavra de Deus.
O homem não vive somente de pão, mas de toda a palavra da boca de Deus (Mt 4,4)


EVANGELHO (Marcos 1,12-15)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
12 E logo o Espírito impeliu Jesus para o deserto.
13 Aí esteve quarenta dias. Foi tentado pelo demônio e esteve em companhia dos animais selvagens. E os anjos o serviam.
14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
HOMILIA - CREIO - PRECES
(Ver abaixo ao final desta liturgia 3 sugestões de Homilia para este domingo)
Sobre as oferendas
Fazei, ó Deus, que o nosso coração corresponda a estas oferendas com as quais iniciamos nossa caminhada para a Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio próprio: A Tentação do Senhor
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Jejuando quarenta dias no deserto, Jesus consagrou a observância quaresmal. Desarmando as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade. Celebrando agora o mistério pascal, nós nos preparamos para a páscoa definitiva. Enquanto esperamos a plenitude eterna, com os anjos e todos os santos, nós vos aclamamos, cantando (dizendo) a uma só vos...

Antífona da comunhão:
Não só de pão vive o homem, as de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4).
Depois da comunhão
Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda palavra que sai de vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
Vim para servir (Mc 10,45)
Iniciamos nossa preparação para a Páscoa deste ano. A Quaresma propõe um itinerário de conversão e convida a seguir Jesus Cristo, “caminho, verdade e vida”. Ele nos conduz a Deus e nos reconcilia com Ele. Ele é nosso Redentor.
A Igreja nos chama a viver bem a Quaresma, mediante a escuta atenta da Palavra de Deus, a oração intensa, a penitência e a prática da caridade (“jejum, esmola e oração”). Assim, chegaremos bem dispostos à Páscoa, quando renovaremos nossas promessas batismais e acolheremos mais uma vez a “vida nova” em Cristo.
Convido todos a participarem da realização da Campanha da Fraternidade: neste ano, recordando os 50 anos do Concílio, a Campanha tem por tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”; e, por lema: “Eu vim para servir” (Mc 10,45).
Jesus veio ao encontro de todas as realidades humanas, especialmente daquelas que mais precisavam de sua presença solidária e salvadora. Não veio para ser servido, mas para servir e entregar sua vida por nós. Como Igreja, comunidade dos discípulos de Cristo, devemos ter essa mesma atitude: ser cristão é colocar-se a serviço do próximo.
Todo serviço de evangelização e de ação social e caritativa da Igreja é um serviço prestado ao bem da comunidade humana, na qual estamos inseridos. A Campanha da Fraternidade nos estimula a criar fraternidade nas relações com todos.
Desejo a todos os filhos da Arquidiocese de São Paulo que a vivência da Quaresma traga muitos frutos!
Deus os abençoe e guarde!
S.Paulo, 22 de Fevereiro de 2015
Card. D.Odilo P. Scherer
Qual é a atitude do verdadeiro cristão?
Sejamos nós o coração e os braços de Jesus...
Acessem a página de nosso blog para uma pequena reflexão sobre este assunto:
http://salverainha.blogspot.com.br/2013/07/a-atitude-do-cristao.html
Deus recebe o dízimo que oferecemos a Ele?
Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a Ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para Ele, mas precisa para a Sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus. O díizimo é uma parcela de nossos ganhos que doamos voluntariamente e de acordo com nossa vontade e nossa capacidade de doação, em agradecimento pelos dons que Deus coloca em nossas vidas. Deus vai receber este dízimo através das obras que os responsáveis pelas paróquias vão fazer utilizando os recursos recebidos.
Caríssimos, não adianta só rezar para que a Igreja faça seu trabalho e torne a vida das pessoas mais feliz e agradável aos olhos de Deus, é preciso a nossa participação direta e voluntária. A manutenção da Igreja, a conta de luz, água, a alimentação do padre, transporte, sua moradia, suas roupas e necessidades pessoais e outras despesas como limpeza ou reformas da igreja para manter em bom estado a casa onde vamos louvar a Deus dependem única e exclusivamente de nossa bondade... Pense nisso!!!
LEITURAS DA SEMANA DE 23 DE FEVEREIRO A 01 DE MARÇO DE 2015:
2ª Rx - Lv 19,1-2.11-18; Sl 18; Mt 25,31-46
3ª Rx - Is 55,10-11; Sl 33 (34); Mt 6,7-15
4ª Rx - Jn 3,1-10; Sl 50 (51); Lc 11,29-32
5ª Rx - Est 4,17; Sl137 (138); Mt 7,7-12
6ª Rx - Ez 18,21-28; Sl 129 (130); Mt 5,20-26
Sb Rx - Dt 26,16-19; Sl118 (119); Mt 5,43-48
Dom. Rx -: 2º DOMINGO QUARESMA: Gn 22,1-2.9ª.10-13.15-18; Sl 115(116B); Rm 8,31b-34; Mc 9,2-10 (Transfiguração)
Link das Partituras dos Cantos para o Mês
http://www.diocesedeapucarana.com.br/cantos.php

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. NO ACONCHEGO DO DESERTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Neste primeiro domingo da quaresma, Deus nos chama ao deserto com Jesus, para uma conversa de pé de ouvido, a liturgia se reveste de roxo, que é a cor da paixão, não é tristeza, luto e desconsolo, como muitos pensam, é como se Deus, o amado de nossa vida, quisesse que ao longo de quarenta dias, prestássemos mais atenção nele, no seu jeito diferente de nos amar, roxo seria isso: um olhar para dentro, enquanto se olha para o céu, podendo evocar o poeta “De tudo ao meu amor serei atento...”, quaresma é tempo de deixar-se remodelar, permitindo que Deus refaça a nossa vida.
Quando presido o Sacramento do matrimonio percebo que os casais têm dificuldade de se olhar nos olhos, na hora do consentimento, e não é só com quem está casando que isso acontece, um amigo confidenciou-me que sentiu um certo “desconforto” ao olhar nos olhos da esposa, na renovação do matrimonio, em uma missa de encontro de casais. Olhar nos olhos nos causa medo, porque é enigmático e misterioso, não se tem medo de olhar o corpo, que se torna facilmente objeto de desejo, em uma sociedade tão erotizada, mas quando se olha nos olhos, estamos diante da alma do outro, há comunhão de corpo, mas não há comunhão de alma. A relação entre namorados, noivos, e até entre marido e mulher, fica na maioria das vezes banalizada, alguns conseguem emigrar do erótico para o Eros, e há outros, que na graça de Deus, confiada pelo Sacramento do matrimonio, conseguem chegar no Ágape, que é o amor em toda sua plenitude, o Eros é o meio, e não o fim, é um caminho que tem de ser percorrido do começo ao fim da vida conjugal e que só será obstruído pela morte.
Nossa relação com Deus ás vezes também é assim, um tanto quanto banal, pois temos medo de contemplar o seu mistério. Na capela do Santíssimo, lugar sagrado em nossas comunidades, onde Aquele que é o Amor Absoluto se esconde em um pedaço de pão, sentimo-nos embaraçados e procuramos sempre dizer algo, fazer um pedido, recitar uma fórmula de louvor e adoração, daí somos capazes de ficar horas ali falando, porque este “Falar” nos dá a ilusão de que penetramos no mistério de Deus e podemos dominá-lo. Invertemos o jogo e queremos seduzir a Deus, diferente do profeta, relutamos em ser por ele seduzidos e dominados.
Deserto é lugar teológico do “namoro”, onde movidos pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus, vamos ter nosso encontro pessoal com Deus, o esposo apaixonado que quer olhar nos nossos olhos, sussurrar em nossos ouvidos e nos envolver com a sua ternura, para sentirmos de novo o encanto do primeiro amor, como na visão do profeta Oséias “Eis que eu mesmo a seduzirei e a conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração”. Deserto é lugar de fazer a experiência da esposa jovem, que manifesta a sua alegria ao colocar toda sua confiança no amado, e descobrir, como no Cântico dos cânticos, que somente Deus é a sua Segurança – “Quem é esta que sobe do deserto apoiada em seu Amado?”
É o Povo da antiga aliança, é o povo da nova aliança, é a Santa Igreja, somos eu e você, a razão do amor divino, que nos trouxe, com a encarnação de Jesus, a possibilidade real de experimentarmos em nossa vida a salvação. Deserto é, portanto lugar do encontro onde o amor se revela, é a mesma experiência do povo do Êxodo, que se repete em Jesus Cristo, porém, ao contrário do povo da antiga aliança, não mais se deixará enganar pela tentação, propostas sedutoras dos amantes, para fazê-lo perder o paraíso de delícias, onde o homem convivia com os animais selvagens, servido pelos anjos de Deus, evocando a proteção Divina do Eterno Amado sob o objeto do seu amor.
Revistamo-nos do roxo da paixão e não da tristeza, quaresma é dar um tempo para aquelas coisas que em nossa vida são secundárias, para nos ocuparmos com um Deus apaixonado, que suspira quando vamos ao seu encontro enquanto Igreja, na dimensão celebrativa. Quaresma, são quarenta dias de amor, como um casal que retoma a lua de mel, após longa caminhada na vida conjugal, foi no deserto que Deus celebrou a aliança com seu povo, estabelecendo com ele uma relação única, “Eu serei o seu Deus e vós sereis o meu povo”, evocando o cerne da união conjugal – e os dois serão uma só carne.
É esse amor que salvará o mundo, verdade ignorada pelos que prenderam João Batista tentando sufocar um Amor que não se deixa aprisionar, e em Jesus irrompe ainda mais forte, no meio da humanidade, para levar o homem de volta ao paraíso! Nada irá deter a força desse amor, nem a miséria dos homens ou os pecados da igreja, o AMOR triunfará definitivamente! Pois o tempo se completou, o Reino está próximo. Converter-se e crer no evangelho é uma forma contínua de corresponder a esse amor misterioso de Deus que em Jesus busca a todos os homens, sem distinção ou acepção de qualquer pessoa. Converter-se é dar um solene “basta” aos falsos amores de “amantes” mentirosos, que nos enganam, oferecendo-nos um falso paraíso, arrastando-nos à tristeza da morte do pecado, deixando-nos longe, mas bem longe Daquele que é o nosso único e verdadeiro Amor...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  cruzsm@uol.com.br
2. Jesus é o portador da vida nova
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Pe. Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Na última quarta-feira, com a celebração das Cinzas iniciamos o tempo da quaresma, tempo de graça e reconciliação. Esse tempo deve ser marcado pela penitência, com vista à conversão, e pela recordação de nosso batismo, a fim de que possamos assumir plenamente nossa vocação que nasce na fonte batismal.
Os domingos do tempo da quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O trecho do livro do Gênesis na primeira leitura faz referência à aliança de Deus com Noé e toda a sua família, após o dilúvio. Vale lembrar que o dilúvio não foi, sobretudo, uma obra de destruição, mas de purificação, pois a maldade do homem era grande e a humanidade inteira havia se corrompido (cf. Gn 6,5-16). Noé, homem justo e íntegro, e toda a sua família, juntamente com um casal de cada espécie animal, foram preservados. Com Noé Deus faz uma aliança em favor de toda a terra. Deus promete não mais destruir nenhum ser vivo e que não haverá mais dilúvio. É o tempo da salvação. O sinal da aliança é um “arco na nuvem”, símbolo da paz.
O relato das tentações de Jesus em Marcos é o mais breve dos evangelhos sinóticos, mas denso de significado. Nesse breve relato, Marcos não descreve as tentações de Jesus; ele se contenta em simplesmente dizer que Jesus foi tentado. Jesus vai ao deserto, lugar de provação e, ao mesmo tempo, de revelação da misericórdia de Deus para se preparar para o seu ministério público. Essa preparação, o texto nos sugere, é um combate espiritual, que acontece no coração de Jesus, contra as forças do mal.
A sua missão requer uma preparação espiritual adequada. A menção dos anjos que serviam Jesus tem um duplo significado: Deus permanece com o seu Filho nesse combate espiritual e Jesus, pela sua união com Deus, vence as tentações.
Após as tentações, Jesus começa o seu ministério. O início do ministério de Jesus está em continuidade com a pregação de João Batista: é um apelo à conversão. De que se trata quando se fala de conversão? A conversão é crer no Evangelho; é fé na pessoa de Jesus Cristo, ele que é a Boa-Notícia de Deus para a humanidade; é fé na palavra de Jesus, que é portadora de um sopro que faz viver.
Sem essa confiança não é possível reconhecer a vida e a vinda do Verbo de Deus como dom, nem acolhê-lo.
ORAÇÃO
Vivei em nós, Jesus, pelo vosso Espírito, para que vos amemos com todo o nosso ser e amemos o próximo como a nós mesmos, no vosso amor.
3. É TEMPO DE CONVERSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A pregação de Jesus teve início com um apelo premente: "O tempo atingiu a sua plenitude. É hora de converter-se e acreditar no Evangelho".
A plenitude do tempo aconteceu com o advento de Jesus na história humana. Nele, todas as expectativas do passado encontraram sua plena realização, pois Deus mesmo assumiu esta história, para redimi-la do pecado. A presença salvadora de Jesus foi um convite para que todos aceitassem a salvação oferecida por Deus. Era uma ocasião única, que ninguém devia perder. Corria o risco de não participar da salvação quem não atendesse ao apelo de Jesus.
O convite à conversão, lançado por Jesus, supunha que a pessoa fosse capaz de dar uma guinada na própria vida. Tratava-se de passar do egoísmo ao amor, da injustiça à justiça, da idolatria ao Deus vivo. O autêntico processo de conversão atingia o ser humano no mais profundo de sua existência, e o transformava a partir de dentro. Os efeitos da conversão se faziam sentir, de maneira inequívoca, no modo como se agia. O indivíduo convertido tendia a assimilar o modo de ser de Jesus, uma vez que foi por ele transformado.
A Boa-Nova proclamada por Jesus apresentava o amor ao próximo, especialmente, aos excluídos e marginalizados como o eixo principal deste projeto de vida. Crer no Evangelho significava muito mais do que uma profissão verbal da própria fé. Crer era agir.
Oração
Senhor Jesus, que o teu apelo exigente de conversão não me intimide, antes me estimule a mudar radicalmente meu modo de agir.Fonte:NPD Brasil/TN

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