Nájila Salem, de 42 anos, fez o último contato no dia 1º de fevereiro; ela tentava entrar no país clandestinamente
Rio - O Ministério das Relações Exteriores está mobilizando autoridades em diversas regiões nos Estados Unidos e no México para localizar a brasileira Nájila da Cunha Salem, de 42 anos, desaparecida desde 1º de fevereiro, quando tentava entrar nos EUA clandestinamente. O Itamaraty afirmou ainda que está prestando auxílio aos parentes da professora de inglês para as providências relativas ao retorno do filho de Nájila, o menor Felipe Salem Léon, de 12 anos, que está em Nova York.
Segundo o Ministério, parentes da professora de inglês contactaram o órgão no dia 10, para a confirmação de seu óbito nos Estados Unidos, após travessia da fronteira com o México. De acordo com o Itamaraty, os Consulados no México, Houston, Miami, Nova York e o Escritório do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro foram acionados por diferentes amigos e parentes da brasileira.
Os trabalhos para localizar Nájila estão sendo feitos pelo Consulado-Geral do Brasil em Houston e pelo Consulado-Geral do Brasil na Cidade do México - em coordenação com a Polícia Federal brasileira que atua naquele país. Além disso, o Itamaraty solicitou ainda que o Consulado-Geral do Brasil em Nova York atue na busca de informações a respeito do filho da professora, que tem dupla nacionalidade brasileira-americana, e que estava em Nova York com o namorado de Nájila.
Professora fez o último contato no dia 1º de fevereiro
A família da professora de inglês Nájila da Cunha Salem, de 42 anos, de Volta Redonda, no Sul Fluminense, pediu ajuda ao Itamaraty para que o Ministério das Relações Exteriores ajude a buscar informações sobre o paradeiro dela.
Nájila está desaparecida desde o dia 1º de fevereiro, quando tentava entrar clandestinamente nos Estados Unidos pelo deserto do Texas. A última notícia recebida da professora, de acordo com o tio dela, Luiz Antônio da Cunha, foi de um homem que estava no mesmo grupo em que a sobrinha, e que ligou para o namorado dela, que mora em Nova Iorque, e com quem ela iria se encontrar, dizendo que, supostamente, Najla teria morrido de parada cardíaca durante a travessia.
Luiz Antônio comentou que Najla viajou no dia 21 de novembro do ano passado para o México, a fim de entrar nos Estados Unidos pela fronteira entre os dois países. Ela teria efetuado, ainda no Brasil, o pagamento de U$ 20 mil para fazer a travessia. O homem que intermediava a viagem, no entanto, não teria repassado o dinheiro aos "coiotes" (pessoas que receberam para conduzir imigrantes ilegais pela fronteira dos Estados Unidos) e ela teria pago mais U$ 20 mil quando chegou ao México.
No dia 1º de fevereiro, Najla chegou a ligar para o namorado em Nova Iorque, informando que já estava em território americano. A ligação foi feita da cidade de Mac-Allen, no Estado do Texas. Najla, na ocasião, disse que teria de caminhar a pé cerca de 20 quilômetros até Houston. Depois, ela ia se encontrar com o filho, de 12 anos, e com o namorado em Nova Iorque. Desde então, porém, não fez mais contato algum.
O tio da professora disse que o namorado dela detalhou que o homem que o teria ligado no dia 1º, contou que Najla estava muito fraca e que morreu no deserto, onde o corpo teria sido deixado pelo grupo que estava com ela. A família teme que ela tenha sido enterrada como indigente. O namorado e o filho vivem legalmente em Danbury.
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