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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

'FAMÍLIA ESTÁ ESTRAÇALHADA', DIZ TIO DE GAROTO MORTO POR FRENTISTA EM BRASÍLIA-DF.


Corpo de Lucas Alves da Luz foi enterrado nesta tarde, em Planaltina.
Ele foi morto a tiros durante protesto contra alta do preço da gasolina.

Do G1 DF
Enterro do corpo de Lucas Luz, de 15 anos, morto por frentista durante ato contra preço da gasolina (Foto: Mateus Rodrigues/G1)Enterro do corpo de Lucas Luz, de 15 anos, morto por frentista durante ato contra preço da gasolina (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Foi enterrado na tarde desta sexta-feira (13) o corpo do adolescente Lucas Alves da Luz , de 15 anos morto a tiros por um frentista no Distrito Federal durante protesto contra a alta do preço da gasolina. Familiares, amigos e colegas de escola compareceram ao velório. Parentes do garoto passaram mal durante o enterro.
"A família está estraçalhada. O pai, a mãe, os três irmãos. Era um jovem alegre, muito ligado à família e cheio de sonhos", afirmou o tio-avô de Lucas, Cosmo Roberto.
Os familiares próximos não resistiram à comoção e ao forte calor no local. "O pai está indo e voltando. Entra na capela, passa mal, sai, toma um ar e volta", disse o sargento Eronildo Rodrigues, do Corpo de Bombeiros.
A avó do garoto, de 74 anos, teve queda de pressão e frequência cardíaca em torno de 45 batidas por minuto, segundo os bombeiros. A família recusou o transporte da mulher para o hospital da região.
Dezenas de adolescentes que conheciam a vítima do colégio e da vizinhança compareceram ao velório para prestar as últimas homenagens. "Eu deixei ele morrer, fiquei longe dele e aconteceu isso. Eu não podia ter deixado", dizia uma colega de escola que não quis gravar entrevista.

Crime
Lucas Alves da Luz foi morto a tiros pelo frentista Wemerson dos Santos Feitosa, de 26 anos, durante um ato contra a alta do preço da gasolina. No protesto, um grupo de motoristas parava no posto, pedia R$ 0,50 de gasolina, pagava no cartão e pedia nota fiscal.
A câmera de segurança do posto registrou o momento em que o frentista mata o jovem. Um grupo conversava com o gerente do estabelecimento quando Feitosa sacou uma arma e disparou contra o garoto. As pessoas começam a correr, e o frentista dá outro tiro no garoto, que já estava caído no chão (veja vídeo acima).
À polícia, o frentista disse que se sentiu coagido pelos manifestantes e afirmou não se arrepender do crime, afirmou o delegado Julio Cesar de Oliveira. Diante de jornalistas, no entanto, o suspeito se manteve calado.
Feitosa disse em depoimento que comprou a arma quando era segurança de uma boate emBrasília. Morador de Formosa, ele afirmou que levava o revólver para o trabalho porque se sentia inseguro durante a madrugada e tinha medo de ser assaltado.
A família está estraçalhada. O pai, a mãe, os três irmãos. Era um jovem alegre, muito ligado à família e cheio de sonhos"
Cosmo Roberto, tio-avô de Lucas Luz
A direção do posto informou que não vai se pronunciar sobre o caso. Funcionários que não quiseram se identificar afirmaram ao G1 que o frentista ainda estava em período de experiência.
Segundo o delegado, o adolescente não estava acompanhado por parentes no protesto. Ele estava em outro carro envolvido na manifestação e não tinha passagem pela polícia.
Feitosa também não tinha ficha policial. Ele foi indiciado por homicídio qualificado (motivo fútil), com pena de 12 a 30 anos de prisão e porte ilegal de arma de fogo, cuja pena varia de três anos a seis anos.

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