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sábado, 7 de março de 2015

OS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS E A DECISÃO SOBRE O PRÓPRIO CORPO.

As pílulas avançam com os anos e oferecem doses de hormônios menores para as mulheres. Para algumas, as pílulas continuam a ser parceiras para melhorar a saúde. Outras mulheres decidem parar e buscar novas formas de lidar com o corpo
CAMILLA ALBANO/ESPECIAL PARA O POVO
Bianca Albano, 26, tomou pílula dos 12 aos 25 anos
Ao entender que os métodos de contracepção são variados e é direito da mulher escolher aquele que melhor se adequa à sua vida e saúde, os caminhos de compreensão sobre o corpo se alargam.
 Com as pesquisas acontecendo de forma contínua, riscos e benefícios vão sendo elencados. No entanto, a experiência de cada mulher é fator imprescindível para a convivência com o método escolhido. E, munidas de informações, mulheres decidem parar de tomar (ou nem começar) os contraceptivos hormonais ou continuam a viver com a pílula por sentirem que as melhoras no cotidiano são preciosas.
Para quem decide parar de usar anticoncepcionais hormonais, um processo de descoberta de que existem muitas outras opções para além das pílulas é iniciado. E, para muitas, essa busca representa uma conexão maior com o próprio corpo e saúde ao evitar os hormônios artificiais.

Para tratar a Síndrome do Ovário Policístico, a artesã Bianca Albano, 26, começou a tomar pílula aos 12 e seguiu até os 25 anos. A síndrome – que é a existência de pequenos cistos nos ovários - pode acarretar sintomas como alterações na menstruação, acne, aumento dos pelos no rosto, etc. e, normalmente, é tratada com o uso de pílulas anticoncepcionais.
Bianca comenta que usava sem muita preocupação até que, há um ano, teve um “estalo” sobre o assunto, percebendo que o hormônio artificial poderia impactar na saúde de forma negativa. “É muito natural na nossa sociedade naturalizar esses processos químicos”, opinou Bianca.
Com a decisão de não mais usar os contraceptivos hormonais, a artesã busca novas formas de tratar a Síndrome e vive um processo de mais conhecimento dos ciclos do próprio corpo. Bianca afirma que passou a pesquisar muito mais sobre a saúde e entender melhor a feminilidade sem a “chuva de hormônios no corpo e na mente”.
A estudante universitária Jéssica Cavalcante, 26, tomou pílula durante nove anos para tratar as dores causadas pela endometriose. Mesmo com as pílulas e cartelas emendadas, ela comenta que as dores voltavam em alguns momentos sem descobrirem o motivo. Em busca de outras opções para a própria saúde, ela passou a estudar medicina indiana, mudando hábitos alimentares e percebeu melhoras no corpo.
“Foi nesse momento que parei para pensar em tirar o anticoncepcional”, relata. Decisão ainda recente, Jéssica vai aprendendo e investigando as melhores opções para si por meio da escuta do próprio corpo. Para a endometriose, ela também busca outras formas de tratamento que não se baseiem somente nos hormônios.
Escolha
Para quem sente dores e sofre com a menstruação a cada mês, encontrar um caminho em que isso é evitado e deixado para trás é descoberta que alenta o cotidiano. A funcionária pública Anna Karinne Chaves, 37, é uma das muitas mulheres que encontrou na pílula uma possível resolução para incômodos e dores que prejudicavam sua saúde e seu cotidiano.
 Ela relata que começou a usar anticoncepcionais orais quando tinha entre 18 e 19 anos, pois as cólicas eram excessivas. “A ginecologista na época achou que o tratamento com o anticoncepcional seria a melhor coisa. Foi e tem sido até hoje”, explica.
Há quatro anos, ela começou uma nova pílula em que as cartelas são emendadas e, com isso, a menstruação deixou de ser realidade na vida dela. Karinne afirma saber dos riscos que o uso do anticoncepcional pode acarretar e, por isso, está sempre com exames atualizados. “Meu organismo está bem. É uma das melhores invenções da humanidade. Quem sofre muito com cólica e entra no anticoncepcional sabe como melhora”, afirma. (Samaisa dos Anjos) 
PARA TRATAR
A endometriose e a Síndrome do Ovário Policístico são duas situações em que a prescrição de anticoncepcionais hormonais é comum para tratamento. As paredes internas do útero são revestidas por uma mucosa chamada endométrio. A endometriose é a inflamação causada por células do endométrio que deveriam ter sido expelidas, mas vão para os ovários ou para a cavidade abdominal. Ao chegar a esses lugares, as células voltam a crescer e sangrar. 
Os sintomas da endometriose costumam ser dor nas relações sexuais, cólicas menstruais, dor e sangramento urinário e intestinal durante a menstruação. A infertilidade também é possível. Apesar de o uso do anticoncepcional ser muito usado no tratamento da endometriose, outros medicamentos são possíveis para o tratamento. Em alguns casos, a cirurgia é necessária.
A Síndrome do Ovário Policístico acontece quando cistos se formam no ovário. Em muitos casos, não alteram em nada a saúde da mulher. No entanto, para muitas mulheres, a Síndrome vem com sintomas como alterações no ciclo menstrual, acne, aparecimento de pelos no corpo, obesidade e até infertilidade. Outros medicamentos podem ser usados para controlar os sintomas, assim como atividades físicas e, no caso das mulheres obesas, a perda de peso. No entanto, a médica Marta Finotti, da Febrasgo, indica que nenhum deles consegue ser tão eficaz quanto os contraceptivos hormonais.Fonte:O Povo online/TN

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