Hospitais do Ceará têm centenas de pacientes espalhados nos corredores.
Postos de saúde de Fortaleza estão sem remédios.
A situação de superlotação nos hospitais do Ceará e falta de remédios nos postos de saúde de Fortaleza “não têm solução a curto prazo”, segundo afirmaram o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o governador do Ceará, Camilo Santana. Os dois participaram neste sábado (9) do Dia D de vacinação contra gripe em Fortaleza e concordam que há uma situação de crise na saúde em todo o país.
“A saúde passa por um momento difícil no Brasil interior. Em algumas instâncias privadas a situação é ainda mais difícil. Mesmo quem tem plano de saúde procura atendimentos nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]. É um caso que não será resolvido a curto prazo e é importante saber que é um problema que vem se acumulando ao longo dos anos”, afirmou o prefeito Roberto Cláudio.
O governador Camilo Santana afirma ainda que parte da crise ocorre devido a pouco repasse de verba do Governo Federal aos estados. “Em 2006 o Governo [do Estado do Ceará] gastou algo em torno de R$ 285 milhões na saúde; o governo federal gastava algo próximo disso, ou seja, a cada real do Governo do Estado, o Governo Federal gastava um. Em 2014, nós gastamos 4 reais para cada real do Governo Federal. Estamos trabalhando para resolver isso.”
Em alguns casos, pacientes conseguem na Justiça a determinação para o encaminhamento a um leito adequado, mas a decisão é descumprida por falta de leitos. A Prefeitura de Fortaleza afirma que deve construir 50 novos leitos de UTI na rede municipal, mas ainda não há data definida para o início das obras.
Desde o início do ano os principais hospitais de Fortaleza acumulam pacientes nos corredores. O Sindicato dos Médicos do Ceará desenvolveu o “corredômetro”, que contabiliza o número de pacientes nos corredores dos maiores hospitais do Ceará; na última atualização, o índice somava mais de 300 pacientes.
A presidente do Sindicato dos Médicos, Mayra Pinheiro, explica que a campanha surgiu após os profissionais assistirem todos os dias às dificuldade por quais passam os doentes sem leitos no hospital. "É humanamente impossível você dizer que está fazendo um atendimento de qualidade em pessoas que estão com o soro pendurado nas paredes com prego ou em crianças que estão 'internadas' embaixo de um telefone público."
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