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terça-feira, 11 de agosto de 2015

BODEGAS DO CEARÁ SE UNEM EM REDES, EM PROL DE ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA.

Na busca de relação entre produtor e consumidor mais humana, a Rede Bodega valoriza a cultura local. E por isso foi premiada pelo BNDESCom princípios de economia solidária gestãod a Rede se dá de forma compartilhada (Foto: Acervo Pessoal)
Com princípios de economia solidária gestão, a rede se dá de forma compartilhada (Foto: Acervo Pessoal)
A “bodega” fez parte do dia a dia de muita gente. Atualmente, com os grandes mercados e com a terceirização no processo de produção e venda, esse tipo de comércio vem sendo substituído. No interior do Estado, ainda é possível reconhecer pequenos estabelecimentos que vendem “de tudo um pouco” e mantêm uma relação de confiabilidade e companheirismo com seus clientes.
Com a ideia de resgatar essa relação comerciária mais humanizada e valorizar a cultura regional, a Rede Bodega surgiu a partir da necessidade de produtores do interior do Ceará em comercializar seus produtos sem passar por atravessadores, garantindo autonomia e melhoria de renda.
As duas primeiras redes de bodegas criadas foram as de Aracati e Viçosa do Ceará. Denominadas de Bodega Nordeste Vivo e Solidário e Bodega do Povo, elas iniciaram suas atividades em 2004 como cooperativas.

Dois anos depois, a Budegama, de Fortaleza, e a Bodega Arcos, de Sobral, se uniram às veteranas como associações, e formaram em 2008 a Rede Bodega, para fortalecer esse tipo de comércio em quatro cantos do Estado.
A articulação é constituída por agricultores familiares e artesãos, que se organizam para realizar uma economia popular solidária, ou seja, uma forma de autogestão centrada na valorização do ser humano e não do capital. Favorecem assim as alternativas sustentáveis de produção, garantindo práticas da agricultura familiar menos agressivas à natureza e, portanto, produtos mais saudáveis.
Um das representantes da rede, Marly Fernandes, conta que o processo de gestão se dá de forma compartilhada, através da Comissão Gestora, constituída por representantes das bodegas e das entidades parceiras. Eles se reúnem regulamente a cada dois meses para planejar, monitorar e avaliar de forma coletiva as ações.
Os bodegueiros vendem seus produtos em pontos fixos e em feiras solidárias. Entre eles estão produtos agroecológicos e artesanais, como mel, doces, hortigranjeiros, bebidas, bonecas de pano, bordados, crochês, roupas e acessórios, além de serviços de refeições, hospedagem e gráfica.
A partir dessas ações de compromisso social, neste ano a rede foi reconhecida pelo BNDES no prêmio de boas práticas em economia solidária, premiada com R$ 50 mil.

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