Faltam equipamentos e ambulâncias estão sucateadas, dizem eles.
Criado há 7 anos, o Samu está presente em 130 cidades cearenses.
Pacientes e profissionais de saúde denunciam problemas no atendimento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) no Ceará. O agricultor José Medeiros, de 64 anos, sofreu um acidente enquanto atravessava o anel viário, em Maracanaú, na Grande Fortaleza. De acordo com o irmão do agricultor, a ambulância do Samu demorou duas horas para chegar, o que agravou o quadro de saúde do agricultor que, ao cair, bateu com a cabeça.
Alguns médicos do Samu divulgaram fotos onde mostram a situação das ambulâncias que realizam esse socorro. Nas imagens, é possível ver macas presas apenas por ataduras e a falta de cilindros de oxigênio. “Tem ambulância que não vai contar com o cardioversor. Tem ambulância que não vai contar com o ventilador funcionando. Esses dois são equipamentos essenciais na condição de vida ou morte. Já houve dias em que foi difícil contar com luvas e máscaras nas ambulâncias”, conta um profissional que preferiu não se identificar.
Sobrecarga
Criado há sete anos em Fortaleza e Sobral, o Samu está presente em 130 municípios cearenses. Em 2014, as centrais do Eusébio e de Juazeiro do Norte, juntas, realizaram cerca de 105.283 atendimentos. Uma demanda alta demais e que precisa de investimentos para cumprir a missão de salvar vidas, segundo os médicos.
Criado há sete anos em Fortaleza e Sobral, o Samu está presente em 130 municípios cearenses. Em 2014, as centrais do Eusébio e de Juazeiro do Norte, juntas, realizaram cerca de 105.283 atendimentos. Uma demanda alta demais e que precisa de investimentos para cumprir a missão de salvar vidas, segundo os médicos.
“O paciente grave está precisando respirar com ajuda de aparelhos, mas você tem que fazer essa assistência apenas com o ambu, que é o dispositivo que a gente vai insuflando com a mão, onde a gente não tem controle da pressão que está sendo usada. Esse é um dispositivo que deve ser usado de imediato e por curto período de tempo mas, diante da realidade, a gente tem de fazer a viagem inteira. Fazemos a nossa parte, mas sabemos que estamnos fazendo menos do que caberia no tocante à necessidade do doente”, desabafa outro médico que também não quer ser identificado.
O outro lado
Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disse, em nota, que a maioria das ambulâncias do Samu tem pouco tempo de uso e que por isso a segurança dos pacientes estava garantida. Na nota, a Sesa não desmentiu as denúncias. Segundo a Secretaria, as 109 ambulâncias que fazem o atendimento da população têm entre dois e nove anos de circulação.
Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disse, em nota, que a maioria das ambulâncias do Samu tem pouco tempo de uso e que por isso a segurança dos pacientes estava garantida. Na nota, a Sesa não desmentiu as denúncias. Segundo a Secretaria, as 109 ambulâncias que fazem o atendimento da população têm entre dois e nove anos de circulação.
A posição do Governo é contestada pelos profissionais do Samu. “A quilometragem média de uma ambulância do Samu Ceará ficaria em torno de 70 a 80 mil quilômetros por ano. Então, você dizer que tem uma ambulância nova de dois ou três anos, essa ambulância está com mais de 200 mil quilômetros rodados e uma ambulância com cinco anos está com mais de 400 mil quilômetros”, diz um funcionário que também prefere não se identificar.
São dificuldades que desestimulam os profissionais que trabalham no Samu, mas que são superadas pela vontade de ajudar a quem precisa. “Quando você chega no fim do dia, que você acha que ajudou a salvar uma vida, que contribuiu para a saúde daquela pessoa, isso não tem paga. É muito bom”, relata Ticiana Quixadá, socorrista de Sobral.
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