Louis é da Nova Zelândia e já perdeu 50 por cento da visão. Ele tem uma doença hereditária que atinge a retina.
Um meianino de quatro anos recebeu um diagnóstico duro dos médicos: dali a quatro anos, perde a visão. Então o pai dele decidiu: era hora de uma aventura inesquecível. Viajar pelo mundo, pro filho ter sempre na lembrança os lugares mais lindos do planeta.
Os olhos dele registraram as melhores férias da vida de Lui. Foram 20 dias nos Estados Unidos. Ele ficou fascinado com o Grand Canion. Não escondeu a alegria diante de Las Vegas. Viu Nova York do alto de um arranha-céu e olhou com uma enorme curiosidade tudo que apareceu na sua frente.
Ao lado do pai e do irmão, Lui viu lugares lindos, que ele sempre sonhou em conhecer. Mas que, aos poucos, estão se apagando diante dos seus olhos. O garoto de 12 anos está perdendo a visão por causa de uma grave doença.
Em uma luta contra o tempo, o pai saiu viajando com dois filhos, Louis e seu irmão, para que o garoto guarde na memória imagens que, talvez, ele não volte a enxergar. É que, pela previsão dos médicos, Louis pode perder totalmente a visão nos próximos quatro anos.
Louis é da Nova Zelândia e, depois de 18 dias rodando pelos Estados Unidos, nos encontramos em Los Angeles, na Califórnia. Aparentemente, Louis é um garoto normal. Ele brincou muito, riu o tempo todo com a equipe do Fantástico, como se nada estivesse acontecendo. Mas o pai conta que ele já perdeu 50% da visão nos últimos meses.
“A visão periférica dele é esta, qualquer coisa mais para os lados ele não consegue enxergar.
E quando escurece, as coisas mais distantes ficam embaçadas para ele”, explica o pai.
E quando escurece, as coisas mais distantes ficam embaçadas para ele”, explica o pai.
Perguntamos quando ele percebeu que havia algo errado com o filho. E ele responde que foi quando Louis tinha 4 anos e parou de enxergar à noite. Este é um dos primeiros sintomas da retinose pigmentar.
“A pessoa vai notando que em ambientes escuros ela não se sente bem. Ela fica pouco orientada, não consegue perceber bem as coisas no escuro”, explica o médico Mário Motta, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
A doença atinge a retina, a membrana que envolve o olho. Uma alteração genética nas células provoca a formação de pequenas manchas escuras, que levam, aos poucos, à perda da visão.
Louis tem três irmãos. O que o acompanhou na viagem ainda está bem, mas os outros dois, tem o mesmo problema em estágio bem mais avançado. A diferença é que neles, os primeiros sintomas apareceram mais tarde, e evoluíram mais lentamente.
“Um médico disse pra gente: ‘olha, a doença do Louis está avançando muito rápido. Se vocês querem que ele consiga ver muitas coisas na vida, tem que ser agora’”, conta o pai.
Foi quando um vizinho da família soube da história e decidiu ajudar. Começou arrecadar dinheiro com amigos para o pai a fazer essa viagem, que ele considera fundamental para o futuro do filho.
Ele conta que a ideia é que o filho tenha na sua memória um banco de imagens para servir de referência para quando ele ficar mais velho. Vai lhe dar mais confiança para enfrentar o que virá pela frente.
A história do garoto rodou o mundo, quando a imagem dele em um jogo do Boston Celtics foi divulgada pela televisão americana. É o time do coração de Louis, e que ele sonhava conhecer. O público aplaudiu de pé, quando soube do motivo da viagem pelo autofalante do ginásio.
Louis conta para o Fantástico que ver o Celtics foi o máximo, mas quando perguntamos que imagem ele vai guardar para sempre na sua memória, ele dá uma resposta interessante para quem está perdendo a visão. Aponta o lugar mais iluminado do mundo. “A Times Square, aquelas luzes todas brilhando. Foi emocionante!”, conta.
E o que o deixa mais feliz e com mais medo hoje? “O que me deixa mais feliz nessa viagem é saber que as pessoas estão fazendo coisas legais para eu ter uma vida melhor. O que me deixa triste é o motivo. É difícil pensar no que pode acontecer comigo”, disse.
E parece que ele tenta ao máximo não pensar mesmo. Louis está o tempo todo alegre e faz planos para o futuro.
Ele conta o quer fazer quando crescer: “Alguma coisa ligada a esportes. Eu gostaria de ser jogador de basquete, mas provavelmente eu não terei alguma suficiente”, brinca.
E depois dessa viagem, o que você gostaria de dizer ao pai? “Queria dizer obrigado e queria agradecer minha mãe também”, disse.
“É tudo muito especial”, diz o pai, emocionado.
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