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domingo, 30 de março de 2014

MORADORES DENUNCIAM COBRANÇA DE PEDAGIO PARA REALIZAR ENTERRO NA CAPITAL TERESINA.


Visitantes afirmam que grupo armado exige dinheiro dos frequentadores.
Familiares também reclamam do descaso por parte dos órgãos públicos.


Do G1 PI/JOCC

A aposentada Romana Bonfim diz que já teve que pagar pedágio (Foto: Ellyo Teixeira/G1)A aposentada Romana Bonfim diz que já teve que pagar pedágio (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Pessoas que têm parentes enterrados no cemitério municipal Santa Cruz, na região do bairro Promorar, na Zona Sul de Teresina, denunciam que o local parece abandonado pelos órgãos públicos. Segundo os familiares dos mortos, para realizar sepultamento de algum ente querido, as pessoas têm que pagar pedágio para traficantes e usuários de drogas da região.
Visitantes procuram frequentar cemitério em grupo (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Visitantes procuram frequentar cemitério em grupo
(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Moradores dizem que bandidos ficam escondido em mato alto (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Moradores dizem que bandidos ficam escondido
em mato alto (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
A aposentada Maria Argelina falou que há quinze dias, quando foi ao sepultamento de uma amiga, homens armados exigiram dinheiro das pessoas para que o cortejo fosse autorizado a passar. “Eu vim aqui para enterrar minha amiga e dois homens em uma moto, e de arma em punho, disseram que para passar todos teriam que pagar; para não morrer tivemos que pagar. Levaram meu celular e um pouco de dinheiro que tinha no bolso. Precisamos de mais segurança aqui dentro”, relatou  a aposentada.
Deolindo de Sousa, também foi vítima dos bandidos. Segundo ele, um grupo de pessoas armadas fica circulando pelos túmulos e ao encontrar alguém eles exigem dinheiro. “Eles andam com facas e revólver ameaçando quem estiver no local. Os bandidos dizem que quem não pagar morre, dessa forma somos obrigados a dar todo o dinheiro e celular”, contou Sousa.

O aposentado disse ainda que o mato alto dificulta a localização dos túmulos e causa constrangimento. “Dá o maior desgosto você ir visitar um ente querido e se deparar com essa situação. É revoltante o descaso com a população. Evito trazer objetos de valor porque aqui tem muitos ladrões”, reclamou Deolindo, que vai ao cemitério constantemente visitar o túmulo da mãe.
Já Romana Bonfim, que foi visitar seu marido enterrado no local, disse que para ter acesso ao túmulo tem que pagar para uma pessoa para limpar o espaço. “Está difícil encontrar as lápides, além disso, não tem ninguém para quem possamos reclamar ou pedir ajuda, assim decidi pagar uma pessoa para fazer uma limpeza aqui”, contou a mulher.
Segundo Romana, a prefeitura, que deveria manter o local limpo, não está fazendo sua parte. “De vez em quando a prefeitura até vem e arruma, mas pouco tempo depois está tudo igual de novo”, relatou  a aposentada.
Sobre a falta de segurança e a cobrança de pedágio o comandante de Policiamento da capital, Coronel Alberto Meneses, disse desconhecer a denúncia, que o local já é patrulhado por policiais do 6º Batalhão da Polícia Militar e que intensificará as rondas dentro e fora do cemitério.
Já sobre a falta de limpeza no Cemitério Santa Cruz, a equipe de reportagem do G não conseguiu falar com ninguém da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul (SDU/Sul).

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