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sexta-feira, 4 de julho de 2014

EM MEIO A 'PIOR MOMENTO', JOGO DO BRASIL VIRA DISTRAÇÃO DE DESABRIGADA.


Mais de 9,8 mil pessoas tiveram de deixar suas casas no município.
Estado tem dois municípios em calamidade e 78 em emergência.

Do G1 RS,/TNItaqui

Janete teve a casa inundada pela cheia do Rio Uruguai em Itaqui (Foto: Estêvão Pires/G1)Janete teve a casa inundada pela cheia do Rio
Uruguai em Itaqui (Foto: Estêvão Pires/G1)
Em meio a caixas, móveis e eletrodomésticos que foram retirados às pressas de residências inundadas pelo Rio Uruguai em Itaqui, a 730 quilômetros de Porto Alegre, um aparelho de TV resgatado de casa trouxe um pouco de alegria para Janete Trindade, de 46 anos.
dona de casa é uma das mais de 9,8 mil pessoas que tiveram de deixar suas casas no município e está em no ginásio do Clube Verde Amarelo. Segundo a Defesa Civil, o Rio Grande do Sul tem 15,6 mil pessoas entre desalojados e desabrigados, dois municípios em situação de calamidade e 78 em situação de emergência.
O aparelho virou relíquia para assistir à vitória do Brasil sobre a Colômbia nesta sexta-feira (4). “O momento é o pior possível, então dá para se distrair e esquecer um pouco. Não é fácil, é difícil dormir em um ginásio. Não é fácil, mas ajuda a distrair”, disse ela ao G1. Moradora de uma região próxima ao Rio Uruguai, Janete se diz abalada ao lembrar que residência ficou totalmente submersa.

Ao lado do marido e dos três filhos, está instalada no ginásio de um clube de Itaqui. "A água começou a invadir aos poucos. Eu não tinha pra onde ir, mas o Exército nos resgatou e ajudou. Mas aí ficamos sem rumo. Deixamos um monte de coisa para trás. Todos os nossos documentos ficaram. Isso dói na gente”, lamenta.
Também fora de casa e sob o teto do mesmo ginásio que até então desativado por falta de um Plano de Prevenção Contra Incêndio, o trabalhador rural Rosenildo Chaves Rodrigues, de 32 anos, acredita que o melhor a fazer é esperar o tempo passar.
Desde terça-feira (3) dormindo com outras 40 famílias presentes no local, ele salvou apenas parte dos imóveis e, sem qualquer TV, não se importou em acompanhar o jogo da Seleção pelo rádio.
Rosenildo ouviu jogo pelo rádio (Foto: Estêvão Pires/G1)Rosenildo ouviu jogo pelo rádio
(Foto: Estêvão Pires/G1)
“Só tenho o rádio aqui comigo, ficamos sem TV aqui. Até podemos ver na de outra pessoa aqui, mas vamos ouvir mesmo, não tem problema. A hora é difícil, mas vamos torcer”.
Ele já demonstra um sentimento comum entre alguns desabrigados: o de impotência diante de desastres naturais. “Passa muita coisa pela cabeça. Mas o que a gente pode fazer, é aforça da natureza. Tenho de esperar baixar para ver”, afirma.
Itaqui é o município mais afetado pela enchente decorrente da forte chuva dos últimos dias no Rio Grande do Sul. Atualmente, um quarto da população está fora de casa. São 672 pessoas desabrigadas e 9.138 desalojadas.
Moradores reúnem móveis que conseguiram salvar em ginásio (Foto: Estêvão Pires/G1)Moradores reúnem móveis que conseguiram salvar em ginásio (Foto: Estêvão Pires/G1)
RS ainda tem 15,6 mil fora de casa
Segundo o último boletim da Defesa Civil, divulgado às 18h desta sexta, o total de municípios afetados segue 115, mesmo número dos demais boletins do dia. Destes, 78 decretaram situação de emergência e dois, de calamidade pública (Iraí e Barra do Guarita). Veja a galeria de fotos dos transtornos causados pela chuva.
O número de pessoas atingidas por enchentes e enxurradas é de 15.670. São 14.046 desalojados e 1.624 desabrigados no estado. Além da Fronteira Oeste, as regiões Norte e Noroeste também sofrem com os efeitos do excesso de chuva. Até agora, o órgão confirmou duas mortes e emitiu alerta para uma pessoa desaparecida, que é a mulher do homem de 56 anos que foi encontrado na quinta (3) no interior de Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo. O Corpo de Bombeiros faz buscas na região.
Itaqui fica abaixo da água por causa das últimas chuvas (Foto: Estêvão Pires / G1)Município na fronteira com Argentina é o local mais prejudicado no RS (Foto: Estêvão Pires / G1)
Situação é crítica no interior do estado
De acordo com a Brigada Militar de Ibarama, na Região Central do Rio Grande do Sul, o vento forte e a chuva, acompanhada de granizo, destelharam várias casas do município de 4,3 mil habitantes, situado a cerca de 250 quilômetros de Porto Alegre. Não há registro de feridos.
Posto ficou destruído em Ibarama após forte chuva e temporal (Foto: Divulgação / AES Sul)Posto ficou destruído em Ibarama após forte
chuva e temporal (Foto: Divulgação / AES Sul)
A força dos ventos arrancou a cobertura de um posto de combustíveis, próximo à entrada da cidade. A estrutura de metal caiu sobre dois carros que estavam estacionados. Uma carreta que estava no local também virou com a ventania. Ainda conforme a Brigada Militar (BM), há postes e árvores caídas sobre as ruas, e o abastecimento de energia elétrica foi cortado na cidade.
A prefeitura já começou a distribuir lonas para os moradores que tiveram as casas destelhadas. A orientação do Executivo para os moradores que precisam de ajuda é para que procurem a Secretaria Municipal da Assistência Social.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=1922372151357149197
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