Arthur nasceu em Jundiaí, com 2,880 quilos e 49 centímetros.
'Senti um misto de felicidade, surpresa e desespero', relata a mãe.
"Achei que era um cisto, um mioma. Sempre tive problemas na minha mestruação e, por isso, nem liguei de ter ficado sem mestruar esses meses. Nunca passou pela minha cabeça uma gravidez." Com um misto de preocupação e alívio, a professora Vanessa Nascimento, de 35 anos, explica como soube que estava grávida apenas dois dias antes de dar à luz ao pequeno Arthur, nesta sexta-feira (31), em Jundiaí.
Estava sem mestruar há alguns meses. Sentia algumas alterações no corpo e fiquei com medo de ser câncer"
Vanessa
Ela só descobriu a gestação quando foi fazer um exame de papanicolau, na quarta-feira (29). A notícia a pegou de surpresa. "Senti um misto de felicidade, surpresa e desespero quando descobri a gestação, ainda mais estar de nove meses", desabafa.
Com 140 quilos, Vanessa foi diagnosticada com um quadro de obesidade mórbida e hipertensão. O excesso de peso também ocasionou um problema no punho chamado de "síndrome de túnel do carpo", que é uma pressão no nervo que causa formigamento, fraqueza e dores musculares.
A partir do diagnóstico da síndrome, Vanessa precisou ser submetida a um tratamento à base de corticóide e antiflamatórios. Daí veio a preocupação quando descobriu que estava prestes a dar à luz. "Por causa do braço, tomei um monte de remédio durante alguns meses, sem saber que carregava um filho. Isso me assustou muito", conta.
O problema chegou até a afastá-la do trabalho por alguns meses. "Com isso eu passei a ficar mais em casa, deitada o tempo todo. Me sentia mais pesada, inchada e até sentia algo se mexendo na minha barriga, mas o meu ortopedista dizia que eram gases, efeitos normais dos remédios que eu estava tomando", lembra.
Vanessa explica que o seu histórico familiar está repleto de casos de câncer e, por isso, durante os meses da gestação incógnita, até chegou a sentir algumas alterações no corpo. Mas em vez de um bebê, ela achou que fosse uma doença grave. "Estava sem mestruar há alguns meses. Sentia algumas alterações no corpo, mas a minha preocupação era que fosse um câncer, fiquei com medo", relata.
O pequeno Arthur nasceu com 37 semanas, após uma cesariana, no Hospital Universitário de Jundiaí, pesando 2,880 quilos e medindo 49 centímetros.
Mãe e filho receberão alta entre domingo (2) e segunda-feira (3). Como o bebê nasceu com peso abaixo do normal e a mãe não fez nenhum exame pré-natal durante a gestação, o bebê será levado à Apae, em uma ação preventiva onde passará por exames de rotina.
"Os médicos me certificaram que ele está ótimo. Meu filho é bem calmo, tranquilo. Deus realmente sabe o que faz. Perdi um filho há dez anos, depois disso tentei engravidar algumas vezes e nada. Meu marido e eu chegamos até a pensar em adotar, mas resolvemos deixar isso de lado, porque eu queria mesmo era engravidar de novo", conta Vanessa, que é casada há 20 anos com Luciano. O casal já tem uma filha de 17 anos.
Entenda o caso
Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava dura e fora dos padrões normais. Como a professora sofre de pressão alta, o médico suspeitou de um mioma ou de um cisto e a encaminhou, com urgência, para o Hospital Universitário de Jundiaí.
Durante uma consulta de rotina no ginecologista, Vanessa foi informada pelo médico que a sua barriga não estava dura e fora dos padrões normais. Como a professora sofre de pressão alta, o médico suspeitou de um mioma ou de um cisto e a encaminhou, com urgência, para o Hospital Universitário de Jundiaí.
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Na unidade de saúde, Vanessa passou por diversos exames, entre eles uma ultrassonografia, que constataram que ela estava, na verdade, grávida de 37 semanas, ou seja, prestes a completar nove meses de gestação. "Na hora eu senti uma mistura de felicidade, surpresa e desespero. Não senti nenhum sintoma de gravidez, enjoo, sono, nada", conta.
"Meu marido surtou quando descobrimos. Eu também fiquei super abalada. Na hora que o médico falou que eu estava grávida, pensei em algo em torno de quatro, cinco meses, mas não nove meses", relembra. A mamãe permaneceu internada no hospital depois do diagnóstico e os médicos tentaram induzir um parto normal, através de remédios.
Na madrugada de sexta-feira, a bolsa estourou e saiu um líquido esverdeado. "Na hora a médica me avisou que o bebê tinha feito cocô dentro da barriga e que eu teria que ser submetida a uma cesariana, que não teria jeito". Apesar de ser hipertensa e de Arthur chegar de repente na vida da família Nascimento, o parto foi um sucesso. Mãe e filho estão bem, aguardando a alta médica para irem para casa.
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