Exemplo de educação no Piauí, 128 escolas de tempo integral deixam de funcionar por falta de almoço e merenda escolar Eduarda Luiza, do 8º anos do ensino fundamental, Gustavo Vasco, do 9º ano, João Pedro, do 6º anos, Mateus Gabriel, do 6º ano, André Lucas, do 5º ano, Débora Jennyfer, do 8º ano, Jessiane Batista, Victória Régia, Allany Karoline, Hamanda Caroline, Fernando Sousa, Matheus Carvalho e Gislene Melo estava saindo do Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral (Cefti) Milton Aguiar, no conjunto Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, às 11h.
Eles deveriam estar saindo às 17h, o horário do encerramento das aulas porque o Cefti Milton Aguiar é escola de tempo integral e deveria funcionar até o final da tarde, mas os estudantes estavam saindo às 11h porque a escola não tem merenda escolar para os lanches e almoço das crianças e dos adolescentes. “O Governo do Estado deixou de enviar o dinheiro para a compra dos alimentos para o almoço. Tivemos que liberar às crianças às 15h50. Quando a gente conseguir os recursos as aulas voltam ao normal”, declarou o diretor do Cefti Milton Aguiar, pedagogo Luiz Avelino. Levantamento feito na Secretaria Estadual de Educação mostra que 128 escolas de tempo integral ou de jornada estendida até às 17h dentro do Programa Mais Educação da Rede Estadual de Ensino deixaram de funcionar em tempo integral e estão liberando os alunos às 11h50.
As escolas de tempo integral e do Programa Mais Educação fizeram a diferença e melhoraram as notas dos alunos do ensino fundamental e do ensino médio nos exames nacionais como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Prova Brasil e o Pisa, exame internacional nas áreas de matemática e linguagem. O diretor do Cefti Milton Aguiar, Luiz Avelino, afirma que a escola possui 250 estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Eles têm lanches às 10h e às 15h e almoço às 12h. “Os alunos têm aulas de dança, de teatro e outras atividades que complementam as aulas das disciplinas”, declarou Luiz Avelino. O estudante Gustavo Vasco afirmou que a suspensão das aulas de tempo integral têm outras consequências, além da falta do almoço e ter que voltar para a casa mais cedo. Ele lembra que por causa da liberação dos alunos mais cedo o programa que prepara os estudantes para para os cursos técnicos do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Estado do Piauí (Ifpi) foi suspenso.
“Os professores preparavam a gente para o preparatório dos cursos do Ifpi não estão dando mais as aulas e isso vai prejudicar os alunos que querem fazer cursos do Ifpi”, declarou Gustavo Vasco. Matheus Gabriel conta que o perigo está no fato dos alunos saírem mais cedo de seus colégios de tempo e não voltarem para a casa porque ninguém os espera na residências porque os familiares estão trabalhando. “Tem estudantes que ficam nas ruas e não voltam para as suas casas quando as aulas terminam mais cedo”, declarou Gabriel. Maciele Oliveira também comunicou à sua filha Allany Karoline a preocupação de que as mães que trabalham já tinham se programado para o fato de que os filhos deveriam voltar para suas residências às 17h e não às 11h40. “As mães e os pais conseguiram empregos, trabalham até a noite e estavam certos de que os seus filhos iriam almoçar na escola e iriam voltar no final da tarde. Muitas famílias nem mais preparavam o almoço para os filhos e os pais não ficam mais em casa os esperando”, declarou a dona de casa Alda Soares, reclamando que a Unidade Escolar Júlia Nunes, em Teresina, do 5º ao 9ºo ano do ensino fundamental, de tempo integral, também está liberando os alunos ao meio-dia por falta de almoço.
“As escolas não podem suspender as aulas de uma hora para outra porque a gente planejou as nossas rotinas no início do ano e no final do ano não se pode abandonar o trabalho de uma hora para outra”, declarou. “A suspensão das aulas atrapalha os pais e os alunos”, diz coordenadora de colégio “A suspensão das aulas por um período atrapalha os pais e os alunos”, ressalta a coordenadora da Unidade Escolar Professora Adamir Leal, Antônia Mascarenhas. A unidade escolar possui 427 alunos e durante os turnos da manhã e tarde são oferecidos os anos 3º ao 7º do ensino fundamental. Antônia Mascarenhas afirma que os alunos estão saindo às 11h50 do colégio por falta de dinheiro para a compra dos alimentos para a preparação do almoço. “Não tem almoço porque o Governo do Estado não está mandando os recursos”, salientou a coordenadora.
O estudante Euclides Vinícius, do 3º do ensino fundamental e aluno da Unidade Escolar Professora Adamir Leal, disse que está faltando merenda escolar e almoço há uma semana. “É bom a gente ficar até o final da tarde na escola porque não só tem aulas, mas também outras atividades”, contou. “Estou saindo mais cedo da escola, mas queria almoçar e ficar até o final da tarde. Minha mãe está reclamando porque a escola está liberando a gente mais cedo”, contou.
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