EM UMA DÉCADA
fonte:DN
Entre 2002 e 2012, a participação cearense no PIB nacional ficou estável, subindo 0,1 ponto percentual
Embora a economia cearense venha crescendo acima da média nacional nos últimos anos, a participação do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou praticamente estável, entre 2002 e 2012, saindo de 2% para 2,1%. Essa variação de 0,1 ponto percentual em uma década, entretanto, foi suficiente para fazer o Ceará subir duas posições no ranking nacional e tornar-se o 13ª maior mercado do País.
De acordo com a pesquisa Contas Regionais do Brasil, divulgada ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ceará, até então 15º colocado, passou o Espírito Santo e o Pará. Levando em consideração apenas as nove unidades federativas do Nordeste, o Estado continua sendo a terceira maior economia da região, atrás apenas de Pernambuco (2,7%) e Bahia (3,9%).
Setores
Apenas o setor de agropecuária apresentou queda no Estado (-0,8 ponto percentual), saindo de 2,2% em 2002 para 1,3% em 2012. Indústria total (1,7% para 1,8%) e serviços (2,1% para 2,3%) tiveram variação de 0,1 ponto percentual cada. A indústria de transformação (1,6%) e o comércio (2,6%) registram estabilidade, conforme o IBGE.
Vale ressaltar que, assim como ocorre em todos os estados brasileiros, o setor de serviços é o principal motor da economia cearense. Em 2012, por exemplo, o segmento teve participação de 78,8% no mercado local. Indústria e agropecuária ficaram com 22,8% e 3,4%, respectivamente.
Conforme o IBGE, o índice referente ao setor de serviços (78,8%) foi dividido da seguinte forma: administração, saúde e educação públicas e seguridade social (22,3%); comércio (16%); outros serviços (15%); atividades imobiliárias e aluguéis (8,3%); intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados (5,8%); transportes, armazenagem e correio (4,6%); e serviços de informação (1,8%).
Per capita
No Ceará, o PIB per capita atingiu R$ 10.473 em 2012, valor 180% maior que o identificado em 2002 (R$ 3.735). Essa foi a 14ª variação do PIB per capita, no Brasil, na década em questão. As três maiores foram identificadas no Espírito Santo (263%), Roraima (244%) e Maranhão (232%). No Brasil, o PIB per capita passou de R$ 8.378 em 2002 para R$ 22.646 em 2012, o que representa uma alta de 170%.
O Distrito Federal mostrou o maior PIB per capita (R$ 64.653,00), quase três vezes a média brasileira e quase o dobro do vice-líder, São Paulo (R$ 33.624,41). Maranhão (R$ 8.760,34) e Piauí (R$ 8 137,51) apresentaram os dois menores PIB per capita entre as 27 unidades federativas.
Assim como o Ceará, o Nordeste vem registrando um crescimento econômico acima da média brasileira. A Região teve aumento no PIB de 0,6 ponto percentual, saindo de 13% (2002) para 13,6% (2012). O Norte também obteve incremento de 0,6 ponto percentual; Sul (-0,7); Centro-Oeste (1%); e Sudeste (-1,5%). No Brasil, o PIB caiu 1,8 ponto percentual na década, saindo de 2,7% para 0,9%.
Concentração
Embora a participação relativa da região Centro-Oeste tenha sido a que mais cresceu, o Sudeste continua com a maior fatia entre as regiões (55,2%), ainda que tenha recuado 1,5 ponto percentual em relação a 2002.
Em 2012, oito unidades da federação (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e Bahia) concentravam 76,6% no PIB brasileiro.
Em relação ao ano de 2002, esse grupo perdeu 3,1 pontos percentuais de participação. O estado de São Paulo concentrava 32,1% do Produto Interno Bruto brasileiro em 2012.
O que eles pensam
Como o Ceará pode acelerar seu crescimento?
"A economia do Ceará vem crescendo acima da média nacional por causa do grande volume de investimentos. Mas o impacto da aplicação de recursos em infraestrutura rodoviária, educação e saúde no PIB, por exemplo, só vem em longo prazo. Para o PIB do Ceará crescer mais rápido, precisamos de mais obras de grande infraestrutura, como a refinaria e a Siderúrgica do Pecém"
Nicolino Trompiere Neto
Coord. De Contas Reg. Do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
Coord. De Contas Reg. Do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)
"Essa mudança de perfil do Ceará na participação do PIB nacional deverá ser demorada. Embora os investimentos locais cresçam, é preciso lembrar que as outras regiões do País também crescem. A estrutura produtiva do Estado está quase a mesma, há anos. O desenvolvimento mais acelerado da nossa economia só deverá ser identificado, ainda de forma modesta, a partir de 2016, com a operação da Siderúrgica do Pecém"
Henrique Marinho
Pres. Do Conselho Regional de Economia
Pres. Do Conselho Regional de Economia
Raone Saraiva
Repórter
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