Segundo pesquisa, mais da metade da população brasileira está acima do peso ideal. Mais do que pela estética, homens e mulheres optam por mudar estilo de vida quando sofrem com doenças e baixa autoestima
O educador físico Miguel Eloy, 28, chegou a pesar cerca de 115 quilos. Resolveu ser exemplo para os alunos, adotou um estilo de vista mais saudável e hoje está feliz com 86 quilos
À frente do espelho, eles se olham, se analisam e questionam quando foi que se deixaram levar pela inércia da comodidade. Os quilos a mais, as doenças e as insatisfações vêm como consequência de felicidades momentâneas, como a ingestão de alimentos gordurosos e pouco nutritivos e a falta de exercícios físicos. Quando a consciência dos efeitos desse estilo de vida chega, é brutal. Ou muda ou se entrega.
Não por coincidência, o Brasil tem metade da sua população adulta acima do peso. 50,8%, segundo pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2013. Em Fortaleza, o número chega a 51%.
E, se esses dados alarmam, imagine saber que, em 2014, foram realizadas cerca de 80 mil cirurgias bariátricas (comumente chamadas de cirurgias para redução de estômago) em clínicas particulares no País. Sem contar outras milhares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que, em 2013, de acordo com o Ministério da Saúde, somava 6.493 cirurgias.
Para alguns, a operação pode parecer a saída mais fácil para a perda rápida de peso. O tempo dedicado ao exercício físico seria poupado para a transformação. Para outros, porém, a intervenção cirúrgica não é opção, mas necessidade. Nessa circunstância estão, geralmente, aqueles com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 e que apresentam doenças associadas à obesidade, como explica o cirurgião bariátrico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Josemberg Campos.
Entre as doenças citadas por Campos, as mais frequentes estão catalogadas em esteatose do fígado - que é o aumento de gordura no órgão - hipertensão arterial, diabetes, alterações na locomoção e alguns tipos de cardiopatia.
No entanto, se o caminho escolhido para a perda de peso for começar uma dieta rigorosas e praticar exercícios, o médico do Ceará Sporting Club Joaquim Garcia alerta para os cuidados que devem ser tomados a fim de evitar outros tipos de doenças, como bursites, tendinites e lesões de cartilagem que “acometem, principalmente, as articulações do joelho, quadril e coluna”.
“O primeiro passo é procurar um médico, fazer os exames necessários para saber se está apto. A avaliação médica identifica pessoas sintomáticas e/ou com fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas, pulmonares e do sistema locomotor, que poderiam ser agravadas pela atividade física”, aconselha Garcia.
O que se entende, portanto, é que nenhuma fase metamórfica é simples. Mesmo no caso do sobrepeso ou da obesidade, não se trata apenas de uma busca por expulsar gorduras em excesso do corpo. É a opção de um estilo de vida em detrimento a outro.
Para o sucesso do novo projeto de vida, são afetados hábitos físicos e alimentares, estrutura psicológica e relações sociais. Mais do que isso: é desafiada a capacidade de determinação. A força de vontade chega aos extremos. E dizem que é de lá, inclusive, que o esforço finalmente pode ser recompensado em felicidade.
Números
80 MIL é o número aproximado
de cirurgias para redução de estômago realizadas em clínicas particulares do Brasil em 2014
50,8% da população adulta brasileira está acima do peso ideal, segundo dados da Vigitel 2013
SAIBA MAIS
Hipertensão e diabetes são algumas das doenças mais comuns que acometem quem está acima do peso ideal.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, no Ceará, os únicos dois hospitais públicos que realizam cirurgia bariátrica gratuitamente são o Hospital Universitário Walter Cantídio e o Hospital Geral Dr. César Cals.
Segundo o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Josemberg Campos, a
cirurgia bariátrica laparoscópica é uma alternativa para a recuperação mais rápida da redução de estômago, porque são feitas apenas pequenas incisões no local. Porém, é cinco vezes mais cara do que a cirurgia convencional.
50,8% da população brasileira está acima do peso, aponta pesquisa da Vigitel.
Segundo o especialista, além da alimentação inadequada e da falta de atividade física, o trabalho excessivo e o sono irregular também podem ser causas da “epidemia da obesidade”.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=2007376221101538718
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