Hospital foi condenado a pagar R$ 210 mil às famílias de Manduri (SP).
'É preciso ter jogo de cintura para dar atenção às mães', conta jovem.
Depois de serem trocados dentro da Santa Casa de Misericórdia em Cerqueira César (SP), Jônatas Uchoas da Silva e Flávio de Souza Pereira, ambos hoje com 25 anos, só descobriram o engano ao se conhecerem na escola quando crianças. Ficaram amigos e passaram a frequentar a casa um do outro, o que fez as mães desconfiarem pelas semelhanças físicas com os pais biológicos. Eles fizeram o teste de DNA aos 19 anos, o que confirmou o erro e garantiu uma indenização de R$ 210 mil às famílias.
De acordo com Clemilda Lopes dos Santos, mãe biológica de Flávio, foi a amizade entre os dois na época da escola em Manduri (SP) que promoveu a aproximação entre as famílias. Hoje, Flávio trabalha como vendedor e vive com a família que o criou na mesma cidade. Já Jônatas é casado e vive com a mulher na mesma cidade.
As mães entraram com uma ação na Justiça e pediram danos morais contra o hospital. A decisão foi da juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, da 1ª Vara Cível de Cerqueira César, que condenou a maternidade. "Não se trata de pequeno incômodo ou dissabor, mas de dor e sofrimento que, se apartando da normalidade, revela-se suficiente a interferir intensamente no comportamento psicológico dos autores", avaliou a magistrada.
Descoberta da troca
Clemilda explica que a busca pelo exame de DNA começou depois que a diretora da escola comparou o filho mais velho dela com Flávio, que é o biológico. Por estar em uma família de descendentes de italianos, a mulher contou que sofreu por muitos anos com o erro do hospital, já que era acusada de traição por marido e vizinhos, pois a criança tem a pele mais escura. “Foi uma sensação grande de alívio. Na verdade, não sabia se era nervo ou alegria”, revela.
Clemilda explica que a busca pelo exame de DNA começou depois que a diretora da escola comparou o filho mais velho dela com Flávio, que é o biológico. Por estar em uma família de descendentes de italianos, a mulher contou que sofreu por muitos anos com o erro do hospital, já que era acusada de traição por marido e vizinhos, pois a criança tem a pele mais escura. “Foi uma sensação grande de alívio. Na verdade, não sabia se era nervo ou alegria”, revela.
Para Cirlene Sabino de Souza, que é a mãe biológica de Jônatas, o resultado do teste de DNA realizado foi surpreendente. “Quando chegou o exame, eu não acreditava. Parei de comer e só chorava”, relembra.
Flávio lembra que, após descobrirem o engano, um dos aniversários marcou um momento bonito entre as famílias. "Quando fiz 19 anos, convidei o Jônatas e cantaram parabéns para nós dois. Minha mãe chegou e eu falei para ela dar um abraço no filho que também era dela", descreve.
O jovem conta ainda que tatuou o nome das duas mães em cada braço para demonstrar o amor que sente por elas. E conta ainda que precisa tomar cuidado para não deixá-las sem a devida atenção. "É preciso ter jogo de cintura para que uma não pense que eu gosto mais da outra."
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