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domingo, 23 de agosto de 2015

CARNE E CEBOLA SÃO OS VILÕES DO MOMENTO PARA DONAS DE CASA.

Produto apresenta variação de até 18,67%, perdendo apenas para o aumento de preços dos hortifrútis

Quilo do coxão mole aumentou na maioria dos locais pesquisados pela reportagem
Dentre os hortifrútis, o tomate, mais uma vez, registrou a maior variação de preços. O fruto teve aumento de preço de até 302,01% no comparativo entre janeiro e julho ( Foto: Lucas de Menezes )
A carne bovina, juntamente com o tomate e a cebola, está entre os itens que mais vem pesando na cesta básica do consumidor. Apesar de apresentar oscilações de preço que podem ser consideradas leves, quando comparadas às intensas variações dos hortifrútis, o alimento vem saindo até 18,67% mais caro em supermercados de Fortaleza, no comparativo entre janeiro e julho deste ano.
Essa variação foi a constatada para o quilo do coxão mole, item que está entre os 20 pesquisados todos os meses pelo Diário do Nordeste, na série Dança dos Preços. A reportagem foi novamente a três estabelecimentos situados em diferentes bairros da Capital, no último dia 30 de julho, e comparou os valores obtidos com os que já haviam sido coletados nas últimas semanas dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho.
Variação
A variação de 18,67% foi verificada no supermercado A. Em janeiro, o quilo da carne custava R$ 21,90, valor que se repetiu nas pesquisas realizadas em fevereiro, março e abril. Em maio, subiu para R$ 25,99 e em junho recuou para R$ 24,90, mantendo-se com o mesmo preço na última semana do mês de julho.
A carne também está mais cara no supermercado C. Entre janeiro e abril, o quilo do coxão oscilou entre R$ 21,90 e R$ 22,99. Em junho, o alimento entrou em oferta e foi vendido por R$ 17,99, mas no último mês de julho alcançou o maior valor dentre todas as pesquisas já realizadas, atingindo R$ 23,49.
O único local onde o alimento esteve mais barato foi no supermercado B, onde era vendido em julho pelo preço promocional de R$ 17,99. A alcatra também ficou 4,05% mais cara no supermercado A, no comparativo entre janeiro e julho, indo de R$ 26,90 para R$ 27,99, mas se manteve estável em um dos estabelecimentos e teve leve queda (-3,19%) no outro.

Com a valorização do dólar, grande parte dos produtores estão encontrando mercados mais atrativos fora do País, o que tem diminuído a oferta nacional e impactado no aumento dos preços, afirma Gilvan Farias, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Eles estão preferindo exportar a produção de carne. Colocando boa parte da produção para fora e deixando pouca quantidade aqui", explica Farias.
Frango
O frango ainda sai bem mais barato que a carne bovina, mas já ficou até mais caro 8,34%, de janeiro a julho. Essa variação foi constatada no supermercado B, para o quilo do frango resfriado da marca Regina.
Em janeiro o produto custava R$ 5,99 e em julho, de acordo com o preço coletado pela reportagem, era vendido em oferta por R$ 6,49, o quilo.
Tomate
Dentre os hortifrútis, o tomate, mais uma vez, registrou a maior variação de preços. O fruto teve aumento de preço de até 302,01% no comparativo entre janeiro e julho. Outra hortaliça que vem se destacando como vilã é a cebola, que atingiu os maiores preços já constatados pela reportagem neste ano, nos supermercados B e C na última pesquisa, realizada em julho.
No estabelecimento C, a variação encontrada entre os dois meses foi de 133,33%. No local, o quilo da hortaliça custava R$ 3,15, no primeiro mês deste ano. Após diversas oscilações, atingiu o valor de R$ 7,35 no final do mês de julho.
A nova vilã
A alta da cebola vem sendo ocasionada, dentre outros motivos, pela queda na oferta e na colheita do alimento na região do Vale do São Francisco, principal produtora do Nordeste. Isso vem fazendo com que as importações de países como Argentina e Espanha se intensifiquem, o que acaba deixando o preço final mais caro para o consumidor.
"Em agosto, pode dar uma resfriada, mas expectativa para o mês de setembro ainda é de preço alto. Só começa a aliviar mesmo em outubro, quando chega uma safra maior do Rio Grande do Sul", prevê o analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE).
Pesquisa é essencial
Diante das altas de preços, a dica é pesquisar e comprar em quantidades maiores, segundo o economista do Dieese, Gilvan Farias. Dentre os 20 itens da pesquisa Dança dos Preços, apenas a farinha branca da marca Kicaldo ficou mais barata nos três supermercados pesquisados, na comparação entre o primeiro e o sétimo mês deste ano. A redução chega a -57,56%.
Murilo Viana
Repórter

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