Com fórmula, que usa a fibra de bananeira misturada ao cimento, custo da cisterna caiu de R$ 10 mil para R$ 1 mil. Desafio surgiu em feira de ciências.
O sol que sempre castigou o Nordeste do Brasil agora virou um aliado contra a seca. Duas alunas de uma escola pública do Ceará inventaram um sistema que retira o sal da água e para isso, usa energia solar.
O desafio surgiu na feira de ciências da escola. Vanessa e Fátima se lembraram de um distrito, próximo aBela Cruz, onde moram, no interior do Ceará.
"A água é bastante difícil para a gente aqui e a gente tinha que ir mais distante para trazer água para nós", diz o auxiliar de topografia Josimar Ferreira do Rosário.
As cisternas que existem por lá são poucas e foram doadas pelo Governo Federal. "Nós criamos uma cisterna feita a partir do reaproveitamento da fibra de bananeira”, diz a estudante Vanessa Oliveira.
Com a fórmula, que usa a fibra de bananeira misturada ao cimento, o custo da cisterna caiu de R$ 10 mil para R$ 1 mil. E olhando, ela não tem nenhuma diferença das cisternas comuns de placas, mas isso não resolveu tudo. A água de poço é salgada. E isso sempre atrapalhou a vida da dona Maria do Livramento Oliveira. “E aí, a gente tinha que fazer: tomar banho, lavar louça, com água salgada", conta a aposentada.
Este problema da dona Maria do Livramento as estudantes resolveram no quintal dela. Construíram um mecanismo para retirar o sal da água de um jeito simples e natural, sem usar máquinas nem reações químicas.
A água do poço é colocada em um tipo de estufa forrada com um plástico preto e coberta com outro plástico transparente. O sol cuida do resto.
"Quando os raios solares baterem na manta de plástico negra essa água vai evaporar. E através da parede da manta transparente vai escorrer, e através das calhas vai diretamente para a caixa de recepção. Então esta água já está dessanilizada e própria para o consumo humano. E o sal vai ficar contido no fundo do tanque", explica a estudante Fátima Natanna de Miranda.
A invenção foi premiada no Brasil e teve destaque em uma feira de ciências nos Estados Unidos. "Vou estar realizada quando a gente garantir ao maior número de pessoas o sistema. São ideias simples como a nossa que podem mudar muita coisa, muitos problemas no nosso país", diz Fátima Natanna.
Pelo menos, a dona Maria do Livramento pode brindar e beber a água do poço. Nunca imaginou que justamente o sol, ia garantir água limpa para o sertão.
Fonte: g1.globo.com/bom-dia-brasil
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