Tido como o kitesurfista mais velho do mundo, o belga Jacques Pourbaix adota o Ceará para praticar o esporte
Jericoacoara, 16 horas. O sol começa a fazer o seu trajeto rumo ao Oriente e, aos poucos, o mar vai sendo "riscado" por um simpático senhor de 79 anos e o seu kite. Em meio aos desafios que os fortes ventos cearenses proporcionam, o belga Jacques Pourbaix esbanja vitalidade, força e desenvoltura.
Há nove anos, o belga começou a desbravar a vida por meio do kite Fotos: Waleska Santiago
"Quando tinha 70 anos, via a prática do kitesurf como algo distante. Mas, me perguntei: será que eu posso morrer sem sentir essa sensação? Convenci-me de que não. Hoje, após ter aprendido, me sinto como um garoto de 25 anos, que está realizando um sonho", explica Pourbaix, que todos os anos reserva três meses de sua vida para visitar Jericoacoara e praticar o esporte.
Sabedoria
Andarilho por vocação, Jacques trabalhava como velejador e, após se aposentar, descobriu que ainda tinha muito o que desfrutar da vida e dos seus prazeres. Ao conhecer o kite, ele não pode contar com o apoio dos filhos, que não compreendem a paixão do pai por um esporte que lhe expõe a tantos perigos.
Jericoacoara, 16 horas. O sol começa a fazer o seu trajeto rumo ao Oriente e, aos poucos, o mar vai sendo "riscado" por um simpático senhor de 79 anos e o seu kite. Em meio aos desafios que os fortes ventos cearenses proporcionam, o belga Jacques Pourbaix esbanja vitalidade, força e desenvoltura.
Há nove anos, o belga começou a desbravar a vida por meio do kite Fotos: Waleska Santiago
"Quando tinha 70 anos, via a prática do kitesurf como algo distante. Mas, me perguntei: será que eu posso morrer sem sentir essa sensação? Convenci-me de que não. Hoje, após ter aprendido, me sinto como um garoto de 25 anos, que está realizando um sonho", explica Pourbaix, que todos os anos reserva três meses de sua vida para visitar Jericoacoara e praticar o esporte.
Sabedoria
Andarilho por vocação, Jacques trabalhava como velejador e, após se aposentar, descobriu que ainda tinha muito o que desfrutar da vida e dos seus prazeres. Ao conhecer o kite, ele não pode contar com o apoio dos filhos, que não compreendem a paixão do pai por um esporte que lhe expõe a tantos perigos.
"Quando se está aprendendo kite, você é jogado para um lado e para o outro pelo vento. Além disso, pode acabar se machucando ao cair na água, acho que eles têm receio de que alguma coisa de errado aconteça comigo, mas sempre estou acompanhado de profissionais", conta Jacques.
Determinado no que quer, o simpático senhor desliza a sua prancha não só pelo litoral brasileiro, como também por outros lugares do mundo. O seu ano é complementado com visitas à Bélgica (seu país de origem) e à ilha de Martinica (no Caribe).
"Espero que, quando tiver com 90 anos, eu possa continuar praticando kite, mesmo que só consiga executar saltos pequenos (risos)", conta.
Dez anos após o seu primeiro contato com o esporte, Jacques diz que ainda tem muito o que aprender com o kitesurf e, por gostar muito de Jericoacoara, busca uma autorização para poder estender de três para seis meses as suas visitas ao Brasil.
Paraíso
"Jericoacoara é um paraíso, aqui não preciso de muito dinheiro para me manter e as pessoas são muito simpáticas", conta o atleta. Levando uma vida simples em terras cearenses, Jaques se hospeda em um bangalô e se locomove de bicicleta.
"Se você tem muito dinheiro, geralmente, não sonha. Como diria Gandhi: ´devo viver hoje, como se não tivesse amanhã´", ensina Jacques. Sem planejar muito o futuro, o belga ainda cativa outros lugares que, segundo ele, também seriam "pedaços do paraíso". "Taiti, Polinésia e Grécia são lugares que gosto de visitar", diz.
"É possível encontrar muitos ´paraísos´ na terra, mas o principal é você ter um dentro de si", conta Jacques, acrescentando que ficará muito feliz se um dia servir de exemplo para alguém.
"Todos os dias digo a Deus: obrigado"
O encontro de Jacques Pourbaix com a prática do kitesurf aconteceu apenas quando ele chegou à casa dos 70 anos. Com algumas limitações físicas, devido à idade, o belga optou pela modalidade "downwind".
Nesse estilo, o atleta surfa a favor do vento e, em pouco tempo, percorre vários quilômetros da costa, sem precisar remar, enfrentar qualquer "crowd" ou disputas de ondas.
Reflexão
"Esse é um momento em que podemos ficar sozinhos com os nossos pensamentos, esquecer-se dos problemas e apreciar a natureza. Esse é um momento seu", frisa Jacques se referindo ao sentimento que lhe toma ao pegar o seu kite e deslizar ao longo de quase seis quilômetros.
De acordo com Pourbaix, além de lhe proporcionar saúde e um melhor preparo físico, o kitesurf também possibilita conhecer novas pessoas e aprender novas culturas.
"Todos os dias digo a Deus: ´obrigada por poder brincar´. Algumas pessoas não acreditam que um homem da minha idade pode fazer o que faço. Para elas, só tenho uma coisa a dizer: ´eu poço e faço", orgulha-se.
Foto: Waleska Santiago
Pourbaix é um exemplo para pessoas de todas as idades. É um modelo de como viver e aproveitar cada segundo da vida, como se fosse o último. "Carpe diem"!
Garra
Espírito de criança
O belga Jacques Pourbaix esbanja alegria e disposição após percorrer quase seis quilômetros voando sobre o mar. Durante o trajeto que percorre, ele chama a atenção dos banhistas e praticantes de kitesurf que se encontravam em Jericoacoara - a terra que escolheu como segundo lar. fonte:DN/jardim das oliveiras
Dez anos após o seu primeiro contato com o esporte, Jacques diz que ainda tem muito o que aprender com o kitesurf e, por gostar muito de Jericoacoara, busca uma autorização para poder estender de três para seis meses as suas visitas ao Brasil.
Paraíso
"Jericoacoara é um paraíso, aqui não preciso de muito dinheiro para me manter e as pessoas são muito simpáticas", conta o atleta. Levando uma vida simples em terras cearenses, Jaques se hospeda em um bangalô e se locomove de bicicleta.
"Se você tem muito dinheiro, geralmente, não sonha. Como diria Gandhi: ´devo viver hoje, como se não tivesse amanhã´", ensina Jacques. Sem planejar muito o futuro, o belga ainda cativa outros lugares que, segundo ele, também seriam "pedaços do paraíso". "Taiti, Polinésia e Grécia são lugares que gosto de visitar", diz.
"É possível encontrar muitos ´paraísos´ na terra, mas o principal é você ter um dentro de si", conta Jacques, acrescentando que ficará muito feliz se um dia servir de exemplo para alguém.
"Todos os dias digo a Deus: obrigado"
O encontro de Jacques Pourbaix com a prática do kitesurf aconteceu apenas quando ele chegou à casa dos 70 anos. Com algumas limitações físicas, devido à idade, o belga optou pela modalidade "downwind".
Nesse estilo, o atleta surfa a favor do vento e, em pouco tempo, percorre vários quilômetros da costa, sem precisar remar, enfrentar qualquer "crowd" ou disputas de ondas.
Reflexão
"Esse é um momento em que podemos ficar sozinhos com os nossos pensamentos, esquecer-se dos problemas e apreciar a natureza. Esse é um momento seu", frisa Jacques se referindo ao sentimento que lhe toma ao pegar o seu kite e deslizar ao longo de quase seis quilômetros.
De acordo com Pourbaix, além de lhe proporcionar saúde e um melhor preparo físico, o kitesurf também possibilita conhecer novas pessoas e aprender novas culturas.
"Todos os dias digo a Deus: ´obrigada por poder brincar´. Algumas pessoas não acreditam que um homem da minha idade pode fazer o que faço. Para elas, só tenho uma coisa a dizer: ´eu poço e faço", orgulha-se.
Foto: Waleska Santiago
Pourbaix é um exemplo para pessoas de todas as idades. É um modelo de como viver e aproveitar cada segundo da vida, como se fosse o último. "Carpe diem"!
Garra
Espírito de criança
O belga Jacques Pourbaix esbanja alegria e disposição após percorrer quase seis quilômetros voando sobre o mar. Durante o trajeto que percorre, ele chama a atenção dos banhistas e praticantes de kitesurf que se encontravam em Jericoacoara - a terra que escolheu como segundo lar. fonte:DN/jardim das oliveiras
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