Mãe diz que garotos ainda sentem um pouco de dor, mas que isso é normal.
Médico cirurgião prevê cirurgia de separação para dezembro, em Goiânia.
Os gêmeos siameses Arthur e Heitor, de 5 anos, tiveram alta hospitalar nesta quarta-feira (24) após passarem pela sétima cirurgia de colocação de expansores desde que nasceram, todas realizadas em Goiânia. De acordo com a professora Eliana Ledo Rocha de Brandão, de 37 anos, mãe dos meninos, os curativos ainda os incomodam um pouco, mas tudo dentro do previsto. "Eles estão bem. É claro que sentem um pouco de dor no pós-cirúrgico, mas é normal, igual as outras vezes", disse ao G1.
A cirurgia ocorreu na tarde de terça-feira (23), no Hospital Materno Infantil (HMI). Ela e os dois filhos foram para a Casa do Interior, abrigo mantido pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) onde moram desde que se mudaram para Goiânia para fazer o tratamento. Eles passaram os últimos três meses de férias em Riacho de Santana, no interior da Bahia, onde a família vivia antes da gravidez.
Eliana conta que terá de ficar na capital goiana até que as bolsa de silicone de 750 ml cada se expandam completamente. Segundo o médico responsável pelos gêmeos, Zacharias Calil, o procedimento demora cerca de dois meses. Este é o último passo previsto antes da cirurgia de separação, que ele prevê para o mês de dezembro.
Acompanhamento
O cirurgião explicou que tanto as crianças como também a família terão que passar por acompanhamento psicológico após o procedimento que vai separar os siameses. "É necessário para eles entenderem. Vai ser muito trabalhada essa questão. Vai ser um impacto muito grande", pontuou.
O cirurgião explicou que tanto as crianças como também a família terão que passar por acompanhamento psicológico após o procedimento que vai separar os siameses. "É necessário para eles entenderem. Vai ser muito trabalhada essa questão. Vai ser um impacto muito grande", pontuou.
Como os gêmeos já têm 5 anos, idade considerada avançada para a operação, esse trabalho terá que ser ainda mais aprofundado. "É uma reação muito bruta, eles procuram um ao outro. Tive um caso em que separei duas meninas de 1 ano e uma delas estava tão acostumada com a situação, que ficava sempre abraçada a uma boneca, como se fosse a irmã. Ficaram quase um mês até entenderem tudo", lembra.
Expansores
Os dois expansores foram colocados no tórax de Heitor. "O Arthur já tem pele suficiente", diz Calil. O procedimento durou cerca de 2 horas, foi realizado por oito profissionais e considerado um sucesso. Esta é a última etapa a ser vencida antes da separação.
Os dois expansores foram colocados no tórax de Heitor. "O Arthur já tem pele suficiente", diz Calil. O procedimento durou cerca de 2 horas, foi realizado por oito profissionais e considerado um sucesso. Esta é a última etapa a ser vencida antes da separação.
"O problema é que a pele deles é muito fina. Eles são muito magrinhos, não têm gordura subcutânea. A pele deles fica praticamente em contato com o osso. Mas é impossível fazer a cirurgia de separação sem que isso esteja resolvido. Não podemos correr riscos, mas também não podemos esperar mais", conta. Segundo o cirurgião, a separação, em casos semelhantes, é feita com até um ano de vida. Acima disso, se torna ainda mais arriscada.
Amizade
Calil acompanha os siameses desde o nascimento. Por isso, confessa que tem com eles uma relação muito além da que comumente é estabelecida entre médico e paciente. "Temos uma relação mais de amizade. Enfrentei todos os problemas com eles. Gosto muito deles. Sabe como é criança. Temos até códigos secretos que as outras pessoas não entendem", afirma.
Calil acompanha os siameses desde o nascimento. Por isso, confessa que tem com eles uma relação muito além da que comumente é estabelecida entre médico e paciente. "Temos uma relação mais de amizade. Enfrentei todos os problemas com eles. Gosto muito deles. Sabe como é criança. Temos até códigos secretos que as outras pessoas não entendem", afirma.
Quando Arthur e Heitor forem separados e forem para a Bahia, onde sua família mora, o profissional diz que ficará balançado."Tem o lado emocional. Penso neles praticamente todos os dias, como vai ser, se eles estão resfriados. Ficará um vazio. Será um alívio por um lado, mas ficará a saudade pelo outro", pondera.https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3926392783764741131#editor/target=post;postID=4906197653450578418
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