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domingo, 3 de maio de 2015

A POLÍTICA PROTECIONISTA E O FAVORECIMENTO DO SETOR DE AVIAÇÃO COMERCIAL.

AVIAÇÃO

As companhias aéreas em Dubai, Abu Dhabi e Catar usufruíram de uma série de benefícios

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O resultado da pesquisa foi uma descrição minuciosa da maneira como os governos as têm beneficiado (Reprodução/Wikimedia)
Foi um trabalho exemplar de detetive. Investigadores contratados por três grandes companhias aéreas norte-americanas examinaram os arquivos de agências reguladoras do mundo inteiro, em busca de informações sobre três concorrentes, que têm se expandido com muita rapidez, Emirates Airlines, Etihad Airways e Qatar Airways, as três companhias estatais dos países do Golfo Pérsico. O resultado da pesquisa foi uma descrição minuciosa da maneira como os governos as têm beneficiado. De acordo com os documentos apresentados pelas empresas americanas nesta semana, as companhias aéreas em Dubai, Abu Dhabi e Catar usufruíram de uma série de benefícios, como ajudas financeiras, “empréstimos” sem juros ou prazo para pagamento, e serviços com custos reduzidos em aeroportos estatais. Ao longo dos últimos dez anos esses benefícios totalizaram US$42 bilhões.
As companhias Delta, American e United Airlines, que contrataram a pesquisa, surpreenderam-se com o montante da ajuda governamental ao setor de aviação nesses países. Mas ao mostrar os privilégios das concorrentes, atraíram a atenção para o apoio que o setor aéreo também recebe do governo americano. Segundo um estudo realizado pelo Congressional Research Service em 1999, divulgado por um grupo que representa os interesses de passageiros que viajam a negócios, desde o início da aviação comercial nos EUA em 1918, o governo federal tem ajudado o setor de aviação de diversas formas, a exemplo de subsídios diretos no valor de US$155 bilhões para a construção de aeroportos e torres de controle.


Grande parte dessa generosidade terminou há muito tempo. Porém uma isenção de impostos sobre ocombustível de aviação, que beneficiou a Delta em dezenas de milhões de dólares por ano, só foi revogada este mês, depois da decisão do estado da Geórgia, onde se localiza a sede da empresa. E se a proibição da criação de sindicatos nos países do Golfo, que mantêm os custos reduzidos da mão de obra, constitui uma vantagem “artificial”, como as companhias aéreas americanas alegam, o mesmo poderia ser dito em relação à lei de falências dos Estados Unidos, que isentou as companhias aéreas do pagamento de pensões e outros compromissos financeiros.

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