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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

APÓS REUNIÃO,SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO,PEDE NOVO PRAZO PARA PAGAMENTO DE SALÁRIOS.


Dirigentes se reuniram com sindicatos na sede do Ministério do Trabalho.
Instituição prometeu pagar salários atrasados até a próxima quarta (17).

Do G1 São Paulo
imagens cedida pelo google
Em reunião na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na tarde desta quinta-feira (11), dirigentes da Santa Casa de Misericórdia pediram aos sindicatos representantes da categoria um novo prazo para pagar os salários atrasados e o 13°.
Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a categoria aceitou esperar até a próxima quarta-feira (17), mas exige o pagamento integral, além das multas pelos atrasos. “Se pagarem parcialmente, a categoria promete entrar em greve”, afirma a assessoria do Simesp.
A reunião também teve a participação do Sindicato dos Enfermeiros e do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde).
Em rodada de negociações no MTE na terça-feira (9), a Santa Casa informou que o atraso nos salários e no 13° foi ocasionado por falta de repasse de verba do governo, e tinha se comprometido a pagar todos os profissionais até esta sexta-feira (12).

Ainda de acordo com o Simesp, 669 funcionários não receberam os salários de novembro tampouco a primeira parcela do 13º. O grupo corresponde a 8% do quadro da instituição, e tem rendimento acima de R$ 6 mil. Dentre eles, 437 são médicos.
Nesta sexta-feira (12), às 12h, os médicos devem se reunir em assembleia na Escola de Enfermagem São José, na Rua Martinico Prado, em Santa Cecília, para comunicar a decisão de acatar o novo prazo aos demais funcionários da Santa Casa.
Crise financeira
Uma auditoria independente verificou que a crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é maior do que a instituição havia anunciado. Segundo o levantamento, cujos dados o SPTV teve acesso, o montante devido é de R$ 773 milhões, 78% a mais que os R$ 433,5 milhões que constavam em relatório divulgado pela instituição em setembro.
A nova auditoria foi encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde e aponta má gestão da Santa Casa. Dentre as irregularidades, o relatório indica a compra de materiais superfaturados, pagamento de super salários e fraudes em contratações de serviços.
Há situação irregular até na lavanderia. O preço contratado foi de menos de R$ 2 o quilo de roupa lavada, mas o valor praticado é de R$ 3. A instituição perde R$2,6 milhões por ano somente nesse contrato.
A maior dívida é com a folha de pagamento dos funcionários, estimada em R$ 114 milhões. A Santa Casa tem 11 mil empregados e administra quatro hospitais próprios e 27 unidades de saúde da capital e de Guarulhos. Em segundo lugar, a dívida com fornecedores: R$ 104 milhões.
David Uip, secretário estadual de Saúde, se reuniu com a direção da Santa Casa na manhã desta quinta-feira (11). Ao final do encontro, Uip afirmou a jornalistas que a dívida da instituição é de R$ 823 milhões. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o valor é total e contabiliza, além do revelado pela auditoria, uma dívida que a Santa Casa tem com o governo.
Questionado se haverá novo repasse, Uip apenas afirmou que o governo buscará mecanismos para ajudar a instituição. “A Santa Casa é um hospital privado, particular e responsável pelo que está acontecendo. Nós estamos encaminhando à Promotoria Pública e ao Tribunal de Contas o que nós auditamos para que consiga criar um mecanismo que possibilite ajudar a Santa Casa entendendo que isso deverá ser divido entre os três poderes”, disse David Uip.
O superintendente da Instituição, Irineu Massaia, pediu a colaboração dos funcionários, e disse que o atraso nos pagamentos deve ser resolvido em breve. “O que a gente pede novamente aos nossos funcionários que têm se esmerado, não só nesse momento como em outros em que faltaram medicamentos e estrutura, para manter qualidade de atendimento. Rapidamente resolveremos o problema dos funcionários que, no momento, é a nossa prioridade”, afirmou Massaia.
Em evento em Charqueada, no interior de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que o Estado continuará ajudando a irmandade. Ele acrescentou que, em quatro anos, o governo repassou R$ 500 milhões para a Santa Casa.
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