Dirigentes se reuniram com sindicatos na sede do Ministério do Trabalho.
Instituição prometeu pagar salários atrasados até a próxima quarta (17).
imagens cedida pelo google
Em reunião na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na tarde desta quinta-feira (11), dirigentes da Santa Casa de Misericórdia pediram aos sindicatos representantes da categoria um novo prazo para pagar os salários atrasados e o 13°.
Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a categoria aceitou esperar até a próxima quarta-feira (17), mas exige o pagamento integral, além das multas pelos atrasos. “Se pagarem parcialmente, a categoria promete entrar em greve”, afirma a assessoria do Simesp.
A reunião também teve a participação do Sindicato dos Enfermeiros e do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde).
Em rodada de negociações no MTE na terça-feira (9), a Santa Casa informou que o atraso nos salários e no 13° foi ocasionado por falta de repasse de verba do governo, e tinha se comprometido a pagar todos os profissionais até esta sexta-feira (12).
Ainda de acordo com o Simesp, 669 funcionários não receberam os salários de novembro tampouco a primeira parcela do 13º. O grupo corresponde a 8% do quadro da instituição, e tem rendimento acima de R$ 6 mil. Dentre eles, 437 são médicos.
Nesta sexta-feira (12), às 12h, os médicos devem se reunir em assembleia na Escola de Enfermagem São José, na Rua Martinico Prado, em Santa Cecília, para comunicar a decisão de acatar o novo prazo aos demais funcionários da Santa Casa.
Crise financeira
Uma auditoria independente verificou que a crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é maior do que a instituição havia anunciado. Segundo o levantamento, cujos dados o SPTV teve acesso, o montante devido é de R$ 773 milhões, 78% a mais que os R$ 433,5 milhões que constavam em relatório divulgado pela instituição em setembro.
Uma auditoria independente verificou que a crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é maior do que a instituição havia anunciado. Segundo o levantamento, cujos dados o SPTV teve acesso, o montante devido é de R$ 773 milhões, 78% a mais que os R$ 433,5 milhões que constavam em relatório divulgado pela instituição em setembro.
A nova auditoria foi encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde e aponta má gestão da Santa Casa. Dentre as irregularidades, o relatório indica a compra de materiais superfaturados, pagamento de super salários e fraudes em contratações de serviços.
Há situação irregular até na lavanderia. O preço contratado foi de menos de R$ 2 o quilo de roupa lavada, mas o valor praticado é de R$ 3. A instituição perde R$2,6 milhões por ano somente nesse contrato.
A maior dívida é com a folha de pagamento dos funcionários, estimada em R$ 114 milhões. A Santa Casa tem 11 mil empregados e administra quatro hospitais próprios e 27 unidades de saúde da capital e de Guarulhos. Em segundo lugar, a dívida com fornecedores: R$ 104 milhões.
David Uip, secretário estadual de Saúde, se reuniu com a direção da Santa Casa na manhã desta quinta-feira (11). Ao final do encontro, Uip afirmou a jornalistas que a dívida da instituição é de R$ 823 milhões. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o valor é total e contabiliza, além do revelado pela auditoria, uma dívida que a Santa Casa tem com o governo.
Questionado se haverá novo repasse, Uip apenas afirmou que o governo buscará mecanismos para ajudar a instituição. “A Santa Casa é um hospital privado, particular e responsável pelo que está acontecendo. Nós estamos encaminhando à Promotoria Pública e ao Tribunal de Contas o que nós auditamos para que consiga criar um mecanismo que possibilite ajudar a Santa Casa entendendo que isso deverá ser divido entre os três poderes”, disse David Uip.
O superintendente da Instituição, Irineu Massaia, pediu a colaboração dos funcionários, e disse que o atraso nos pagamentos deve ser resolvido em breve. “O que a gente pede novamente aos nossos funcionários que têm se esmerado, não só nesse momento como em outros em que faltaram medicamentos e estrutura, para manter qualidade de atendimento. Rapidamente resolveremos o problema dos funcionários que, no momento, é a nossa prioridade”, afirmou Massaia.
Em evento em Charqueada, no interior de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que o Estado continuará ajudando a irmandade. Ele acrescentou que, em quatro anos, o governo repassou R$ 500 milhões para a Santa Casa.
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