Encerrando período de extremos, Dilma Rousseff tem hoje novo teste com volta dos protestos às ruas. Após semana mais calma, Planalto tenta diálogo e vive expectativa de nova fase da Lava Jato
Praça Portugal volta a ser palco de manifestações contra o governo Dilma
Política
Passadas turbulentas semanas de altos e baixos, Dilma Rousseff (PT) enfrenta hoje teste decisivo para seu futuro no comando do País. Com protestos marcados para mais de 200 cidades, o governo terá nas ruas desfecho de “período de extremos” e novo termômetro da insatisfação popular. A depender do barulho de atos, petistas terão panos de fundo bem distintos para as próximas articulações.
Para além do domingo, Dilma já abre semana com cenário mais tranquilo do que o do início de agosto. “A semana terminou bem, todos viram”, avalia o líder do governo na Câmara Federal, José Guimarães (PT). Ele destaca atos pró-Dilma em Brasília, reações pela estabilidade e a recente reaproximação do Planalto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A reação vem em boa hora: entre 2 e 8 de agosto, o governo viu pesquisa apontar recorde de reprovação da presidente (71%), “pautas-bomba” na Câmara Federal e novo envolvimento do PT na Lava Jato com a prisão de José Dirceu (ver quadro). A tormenta obrigou a própria Dilma a desmentir boatos que circulavam sobre sua renúncia.
Para os dias pós-protesto, promete destaque em Brasília nova relação entre Planalto e o Senado. A aliança acirra relações entre Renan e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - que já classificou pacote de 29 propostas de Calheiros como “jogo de espuma”.
Agenda da semana tem ainda ato pró-governo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no dia 20. Já sabatina que avaliará recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-Geral da República promete novos embates na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Autor de pedidos de inquéritos contra senadores na Lava Jato, Janot deve ser avaliado nesta quarta-feira.
Resta ainda expectativa sobre a próxima fase da Operação, esperada para as próximas semanas. A depender dos alvos da ação, o avanço das investigações pode ser crítico para o governo ou até positivo - no caso de uma denúncia formal contra Eduardo Cunha.
Povo nas ruas
Em Fortaleza, atos contra Dilma estão marcados para a partir das 15h, na Praça Portugal. O evento tem como mote impeachment e o combate à corrupção. “O governo está hoje sendo colocado em xeque”, diz o advogado especialista em direito eleitoral e cientista político Flávio Britto.
“A reivindicação do impeachment é legítima, de acordo com o regramento democrático. E hoje, onde a cada dia aparecem novos escândalos contra o governo, ela (Dilma) vai ficando fragilizada”. Ele avalia que recentes Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) abertas na Câmara devem revelar novos fatos contra o governo.
José Guimarães, por outro lado, rebate: “Ficou claro que o Congresso tem esforço em construir agenda, compromisso com a estabilidade. Dilma está recebendo bancadas, em sintonia. Vai ser com diálogo que se construirá isso”.
O discurso tem apoio na fala do líder do PDT na Câmara, André Figueiredo. Mesmo anunciando independência da bancada de seu partido com o governo, o pedetista reforça que ainda considera pedido de impeachment sem provas um “golpe branco”.
FONTE: O Povo online/TN
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